Em decorrência das manchas espessas de óleo (petróleo cru) de origem desconhecida que surgiram no litoral norte de Ilhéus, no sul da Bahia na sexta-feira (25), a Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) orienta à população e profissionais de saúde sobre as medidas de prevenção.
As consequências da exposição a médio e longo prazos, contudo, ainda são desconhecidas, mas não se descarta a possibilidade de a exposição ao petróleo ter consequências mais graves, como danos aos pulmões, fígado, rins e sistema nervoso.
Os derivados de petróleo têm diferentes toxidades (hidrocarbonetos e aditivos não hidrocarbonetos), e são resultados de uma mistura constituída de agentes cancerígenos, nefrotóxicos, irritantes respiratórios e mutagênicos. A toxidade é variável de acordo com a sua composição e tempo de exposição.
Intoxicações agudas – São causadas pela exposição imediata e podem ser por inalação, ingestão ou contado cutâneo. Contato inalatório: causa irritação nos olhos, vias respiratórias (tosse, sufocação seguida de taquipneia e sibilos), dor de cabeça, náuseas, vômitos e confusão mental. Esse tipo de exposição pode evoluir para uma pneumonite química.
Se for por ingestão, pode causar irritação da mucosa gastrointestinal, náuseas, vômitos, diarreia, dor abdominal, insuficiência hepática e renal. Contato cutâneo (pele): podem ocorrer dermatites alérgica ou irritativa, queimação e inchaço.
Intoxicações crônicas – São causadas por exposição a longo ou médio prazo, podendo ocorrer distúrbios gastrointestinais, danos hepáticos e/ou renais, irritação das vias respiratórias, hipotensão arritmias e comprometimento das habilidades psicomotoras, transtornos mentais, alterações endócrinas e possíveis alterações reprodutivas.
População geral – Não entrar em contato direto com a substância (petróleo cru), especialmente crianças e gestantes;
· Evitar contato com a água e solo nas regiões atingidas;
· Seguir as orientações da Vigilância Sanitária para consumo de peixes e frutos do mar nas regiões afetadas;
· Seguir orientações dos órgãos de meio ambiente sobre atividades recreacionais e de pesca nas regiões afetadas;
· Em caso de exposição ou aparecimento de sintomas, buscar o atendimento médico em unidade de saúde mais próxima e/ou ligar para o CIATox-BA/CIAVE (0800 284 4343).
Voluntários – Seguir as orientações dos órgãos de Defesa Civil ou o Comando local de resposta ao desastre antes de realizar a ação de voluntariado;
· Durante a limpeza recomenda-se evitar o contato direto com o óleo por meio do uso de: máscara semifacial filtrante (pff2) para ambientes aberto e semifacial com filtro de proteção para vapores orgânicos em ambiente fechado; luvas de borracha resistente; óculos de ampla visão; botas ou galochas de plástico ou outro material impermeável.
· Não é recomendada a participação de crianças e gestantes nos mutirões de limpeza.
· Utilizar óleo de cozinha e outros produtos contendo glicerina ou lanolina para remoção da substância na pele e lavar com água e sabão;
· Eventuais lesões de pele devem ser tratadas por serviços médicos especializados;
· NUNCA usar solventes (como querosene, gasolina, álcool, acetona, tiner) para remoção (esses produtos podem ser absorvidos e causar lesões na pele);
· Em caso de exposição ou aparecimento de sintomas, buscar o atendimento médico em unidade de saúde mais próxima e/ou ligar para o CIATox-BA/CIAVE (0800 284 4343).
Profissionais de saúde – Aos profissionais de saúde, recomenda-se atenção aos sinais e sintomas característicos de intoxicação aguda. Ressalta-se que os casos suspeitos e confirmados de intoxicação exógena devem ser notificados na respectiva ficha do Sistema Nacional de Agravos de Notificação (SINAN), conforme determina a Portaria de Consolidação no 4/2017.
· Em caso de dúvidas, recomenda-se consulta ao documento Instruções para preenchimento da Ficha de Investigação de Intoxicação Exógena no Sinan – Sistema de Informação de Agravos de Notificação1 e consulta ao Centro de Informação Toxicológica da Bahia – CIATox-BA/CIAVE (0800 284 4343).