Por Aldircemiro Duarte/ Mirinho
A nossa Ilhéus não dispõe de atenção primária, que é a “porta aberta de entrada” dos usuários no sistema SUS e serve de filtro organizador do “fluxo dos serviços nas redes de saúde, dos mais simples aos mais complexos”. Sem essa “filtração”, o que parece um problema de fácil resolução, pode significar grave situação de saúde, inclusive, óbito.
Nesse final de semana prolongado, um paciente com plano de saúde, sentindo fortes e incontroláveis dores no abdômen peregrinou pelos prontos socorros de Ilhéus, sendo-lhe ministrado apenas medicamentos. Na terça feira pretérita, o paciente buscou atendimento em uma clínica, onde foi atendido por um médico zeloso e competente que o submeteu ao exame especifico, constatando tratar-se de uma crise aguda de apendicite com indicação cirúrgica de emergência. Felizmente o problema foi resolvido na sua plenitude, com êxitos. Com esses sintomas, esse paciente apesar da necessidade emergente de submeter-se a uma intervenção cirúrgica viria á óbito na porta do majestoso Hospital Costa do Cacau.
Outro aspecto digno de registro é o fato do paciente ter um plano de saúde e os prontos socorros por onde peregrinou, em nome da contenção de despesas, não o submeteu a um exame. Imagine, se fosse usuário do SUS!
Com toda a deficiência e sucateamento, se funcionando, no Hospital Regional Luiz Viana Filho, esse paciente seria avaliado, submetido a exames radiológicos e encaminhado para cirurgia.
Trocando em miúdos, o Hospital Costa do Cacau está em Ilhéus, mas, não é de Ilhéus. É para atender a uma região composta por 69 municípios e a uma população estimada em 2 milhões de habitantes, prestando serviços específicos com critérios rigorosos de acesso. Não substitui o Hospital Regional. Portanto, enquanto aplaudimos a instalação do Hospital Costa do Cacau, com as suas especificidades de atendimentos, REPUDIAMOS a desativação do Hospital Regional, por entendermos que por detrás desse ato nocivo e lesivo à população ilheense podem estar “entocados” inúmeros interesses políticos obscuros. (mais…)