Governo da Bahia distribui alimentos e aeronaves seguem resgatando população


O Gabinete Avançado do Governo do Estado, montado no município de Itamaraju, segue com as ações de apoio às cidades no apoio às vítimas das enchentes no Sul e Extremo Sul da Bahia. Em uma ação conjunta da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial (Sepromi), do Corpo de Bombeiros e da Defesa Civil, 1.790 cestas de mantimentos começaram a ser entregues, nesta quarta-feira (22), para comunidades indígenas nos municípios de Eunápolis, Itapebi, Belmonte, Porto Seguro, Camacan, Pau Brasil, Itagi e Nova Viçosa.

“Estamos dando continuidade ao planejamento com visitas às aldeias indígenas e às comunidades tradicionais da região, indo também aos municípios de Jucuruçu e Itamaraju para alinhar e fazer o acompanhamento de atendimento e de acolhimento a essas famílias. A Sepromi tem esse papel de articulação das comunidades tradicionais que, em grande parte, ficam mais isoladas e vulnerabilizadas nestas circunstâncias. Estamos ouvindo as pessoas e levando as demandas para o Gabinete Avançado”, afirmou a titular da pasta, Fabya Reis.

Em Itamaraju, a secretária visitou áreas na comunidade de Beira Rio, onde voltou a chover nos últimos dias. Os moradores foram orientados a procurar abrigo nos locais oferecidos pelo poder público ou com parentes e amigos. A casa da aposentada Nelci Soares ficou com muitas rachaduras após as enchentes. “Vou ficar com minha família numa área mais segura para garantir a minha segurança e a de meu neto, porque a vida é a coisa mais preciosa que nós temos. A chuva levou tudo e nos deixou perdidos, essa orientação e ajuda é muito boa”.

Corpo de Bombeiros

O Corpo de Bombeiros Militar (CBMBA) e o Grupamento Aéreo da Polícia Militar (Graer/PMBA) realizaram, nesta quarta-feira (22), o resgate da gestante Jovelina Alves de Sousa e do paciente neurológico Jadilson Vieira Lustosa. Os dois estavam ilhados em Jucuruçu e foram transportados até Itamaraju, de onde seguiram de ambulância para o atendimento médico.

Um total de 250 militares das forças estaduais atuam há 13 dias nas cidades atingidas pelas fortes chuvas, com o suporte de aeronaves e socorristas especializados. O trabalho de hoje incluiu ainda o transporte de luvas, máscaras e vacinas, da sede de Itamaraju para o distrito de Nova União, o resgate de vítimas e a distribuição de mantimentos. Cerca de 180 toneladas de produtos, entre alimentos, água potável, medicamentos, roupas e colchões já foram distribuídas pelo Corpo de Bombeiros e Polícia Militar, no Extremo Sul da Bahia.

As doações são separadas e catalogadas pelos militares. A arrecadação acontece em todos os quartéis e postos avançados dos Bombeiros, na Bahia. Os caminhões com capacidade para até 25 toneladas cada transportam os mantimentos para as regiões onde ainda é possível o tráfego terrestre.

Infraestrutura

Ações emergenciais na área de Infraestrutura permanecem sendo feitas pelo Governo da Bahia na região. Em Prado, a manutenção da ponte de acesso ao município, na BA-001, e do pavimento intertravado, além da limpeza das ruas, continuam em execução nesta quarta-feira (22). A realização dos serviços é fruto da parceria entre a Secretaria Estadual de Infraestrutura (Seinfra) e o Consórcio do Extremo Sul (Construir).

Outras intervenções na região também são promovidas pela Seinfra. Em Itamaraju, o tráfego de veículos no KM 17 da BA-284, que faz a ligação com Jucuruçu, tem a previsão de ser liberado até o final desta quarta-feira (22). A recuperação do desvio provisório, que rompeu neste trecho da rodovia, está em andamento. Na BR-489, os quebra-molas nos KMs 02 e 13, entre Itamaraju e Prado, devem ser implantados nesta quarta (22) para o controle de velocidade na via. Os três pontos da rodovia atingidos durante o período chuvoso, incluindo o KM 15, já se encontram devidamente sinalizados.

Cadastramento Sudec

A Superintendência de Proteção e Defesa Civil do Estado (Sudec) apoia o serviço de cadastramento de famílias em situação de vulnerabilidade que residem nos municípios atingidos. O trabalho é realizado junto com a Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social (SJDHDS) e o CBMBA. Os inscritos podem se candidatar a receber doação de eletrodomésticos, como fogões e geladeiras, além de colchões e botijões de gás.O próximo município a receber a visita das equipes será Jucuruçu.

Os dados mais recentes colhidos junto às prefeituras, até a manhã desta quarta-feira (22), apontam 66 municípios baianos em situação de emergência devido às chuvas intensas. Foram registrados 16 óbitos, 278 feridos, 3.336 pessoas desabrigadas e 11.217 desalojadas.

Saúde

Até a última segunda-feira (20), mais de 63 mil doses de vacinas foram enviadas pela Secretaria da Saúde do Estado (Sesab) para as áreas afetadas. Totalizando 63.502 unidades, o lote conta com 27.715 doses de vacinas contra a Covid-19, além de mais 16 mil doses contra a Influenza, 6 mil doses de vacina contra a Hepatite A e 1 mil doses de imunizante oral para o combate ao rotavírus humano.

“Também estamos enviando soro anti-escorpiônico, soro anti-rábico humano e outras vacinas como a BCG e a que combate a raiva humana. Nesse momento, é preciso ter muita atenção com essas outras doenças que podem surgir em decorrência das inundações. Os agentes da Vigilância Sanitária, Ambiental e Epidemiológica estão na área acompanhando a situação de perto e mapeando as necessidades de cada município”, afirmou a secretária da Saúde, Tereza Paim.

Reforço em Jucuruçu

Para atender o aumento da demanda na região, a cidade de Jucuruçu vai receber mais técnicos da vigilância e assistência, além de reforço no envio de insumos e medicamentos. “Seguimos acompanhando a situação da região. Infelizmente, voltou a chover bastante e alguns municípios estão necessitando de uma maior atenção”, completa Paim.

Prefeito Augusto Castro consegue liberação de R$ 5,8 milhões  para a Saúde de Itabuna em Brasília 


O prefeito de Itabuna, Augusto Castro (PSD), foi recebido em audiência em Brasília, hoje,  dia 22,  pelo diretor do Fundo Nacional de Saúde (FNS), Darcio Guedes.

Acompanhado do secretário da Fazenda e Orçamento, Davi Dultra, e do Procurador-Geral do Município, Álvaro Ferreira, o Chefe do Executivo itabunense foi em busca de novos convênios para a cidade nos ministérios da Educação e da Saúde.

Na reunião com o diretor do FNS, Dárcio Guedes, o prefeito de Itabuna conseguiu recursos no valor de R$ 4,8 milhões para custeio da Atenção Básica e Alta Complexidade da Saúde do município do Sul da Bahia, que já foram creditados. Além disso, também foi encaminhado para empenho o valor de R$ 1 milhão, que será destinado ao programa de reestruturação da saúde da cidade.

Augusto Castro destaca a importância de transitar nos gabinetes de Brasília e  mesmo nos dias que antecedem as comemorações de final de ano, procurar recursos nas esferas federais para melhorar a vida da população de Itabuna.

“Nossa luta em busca de meios para proporcionar melhor qualidade de vida para o nosso povo é incessante. Mesmo na semana do Natal, viemos a Brasília e conseguimos recursos que irão proporcionar mais bem-estar a nossa gente”, disse Castro.

Agência dos EUA aprova injeção contra HIV que mostrou 90% de eficácia


O Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (FDA) aprovou o primeiro medicamento injetável para prevenir o HIV em grupos de risco, inclusive para pessoas que mantém relações sexuais com indivíduos com o vírus. O Apretude chegou a diminuir em 90% a chance de mulheres cisgênero serem contaminadas, quando comparado com outros medicamentos.

O Apretude funciona com duas injeções iniciais, administradas com um mês de intervalo. Depois, o tratamento continua com aplicações a cada dois meses. A segurança e eficácia do remédio foram avaliadas em dois ensaios clínicos que compararam o medicamento com o Truvada, remédio oral usado uma vez por dia para prevenir contra o vírus que causa a Síndrome da Imunodeficiência Humana (AIDS).

O primeiro estudo analisou homens não infectados pelo HIV e mulheres transgêneros que fazem sexo com homens e foram consideradas com um alto risco de infecção. Este grupo possuía 4.566 participantes. Resultados mostraram que indivíduos que tomaram Apretude tinham 69% menos risco de se infectarem com o HIV quando comparados com os participantes que tomaram Truvada.

Já o segundo ensaio verificava o resultado das injeções em mulheres cisgênero não infectadas, mas que possuíam risco de contrair o vírus. Ao todo, foram 3.224 mulheres, que tiveram 90% menos risco de serem infectadas.

A diretora do Centro de Avaliação e Investigação de Medicamentos do FDA, Debra Birnkrant, considerou que a aprovação é uma “ferramenta importante no esforço para acabar com a epidemia de HIV, fornecendo uma opção para prevenir o vírus que não envolve tomar um comprimido diariamente”.

“Esta injeção, dada de dois em dois meses, será crucial para enfrentar a epidemia de HIV nos Estados Unidos, e deve ajudar indivíduos de alto risco e certos grupos onde a adesão à medicação diária tem sido um grande desafio ou não uma opção realista”, afirmou Birnkrant.

O medicamento, aceito pelo FDA na segunda-feira (20/12), foi autorizado para adultos e adolescentes com peso mínimo de 35 kg. Além disso, Apretude só deve ser prescrito a indivíduos confirmados como HIV-negativos para reduzir o risco de resistência ao tratamento. Pessoas que se infectarem com o vírus enquanto recebem as injeções devem buscar iniciar o tratamento adequado para imunossuprimidos.

Os efeitos adversos do medicamento para todos os participantes incluíram apenas reações no local de aplicação, dores de cabeça, febre, fadiga e dores nas costas. Entretanto, a rotulagem do medicamento inclui também avisos e precauções relativas a reações de hipersensibilidade, danos no fígado e perturbações depressivas.

Informações do Metrópoles. 

Hospital Materno-Infantil de Ilhéus tem acessibilidade com intérprete de Libras na recepção


O novo Hospital Materno-Infantil Dr. Joaquim Sampaio, em Ilhéus, é um bom exemplo de que arquitetura e acessibilidade devem estar associadas ao exercício da cidadania de forma plena a todos os seus usuários. Sinalizações desde o estacionamento, braile nos acessos públicos, banheiros adaptados para deficientes físicos são algumas das regras estabelecidas – e cumpridas no hospital – todas encontradas na Lei Nacional de Acessibilidade, considerando que, segundo a Pesquisa Nacional de Saúde, do IBGE, 12,4 milhões de brasileiros, o equivalente a 6,2% da população, possuem algum tipo de deficiência.

Mas, no Hospital Materno-Infantil, a recepção tem um olhar ainda mais humanizado deste acesso inclusivo, especialmente para auxiliar as gestantes surdas. A recepcionista Ana Paula Souza Santos, de 36 anos, também promove o atendimento usando a Língua Brasileira de Sinais (Libras). “A ideia é tranquilizar quem precisa deste modelo de ajuda. É oportunizar um atendimento inclusivo”, explica. São sinais considerados simples, mas importantes para as mulheres que procuram atendimento. “Bem-Vinda”, “Está sentindo muita dor?”, “Por favor, seus documentos”, “O médico já vai te atender”, são alguns deles.

Ana Paula participou de um curso na Associação de Mudos de Ilhéus. Iniciou a faculdade de Letras/Libras, mas teve que interromper ao engravidar da segunda filha. Hoje, participa do curso técnico em Gestão Hospitalar e considera esse modelo de trabalho importante, especialmente para estabelecer o primeiro contato com quem procura ajuda no hospital. “Acessibilidade dos surdos nas repartições pública, hoje, significa uma conquista, fruto de muita luta, para que pessoas com deficiência auditiva possam ter acesso a qualquer tipo de comunicação”, afirma.

Para além de oferecer o serviço, Ana Paula também constrói um “trabalho de formiguinha” e está ensinando às colegas os sinais básicos que podem auxiliar no atendimento inclusivo. Ela grava vídeos e os disponibiliza no grupo de trabalho. Aliás, bom frisar, o atendimento proposto não deve se restringir à recepção. A ideia da funcionária é de contribuir, sempre que necessário, para servir de intérprete entre a paciente e o profissional médico. “Sim, a ideia é acompanhar caso esta mulher esteja sozinha”, assegura. Uma lei federal determina que grávidas com este perfil podem ter tradutores e intérpretes de libras presentes até durante o parto, caso a acompanhante não esteja apta a se comunicar com ela e com a equipe médica. “Os sinais básicos podem ajudar muito. Especialmente nesta hora”, reconhece Ana Paula.

O Hospital Materno-Infantil Dr. Joaquim Sampaio é uma obra recém-inaugurada pelo Governo da Bahia, através da Secretaria Estadual de Saúde (SESAB), administrado pela Fundação Estatal Saúde da Família (FESF SUS). Todo o projeto do hospital está baseado na humanização do cuidado, nos direitos da mulher e da criança e na consolidação do Sistema Único de Saúde, que são princípios da ação de trabalho desenvolvida pela fundação. A missão é oferecer segurança e eficiência no cuidado com o público materno-infantil do sul da Bahia, contribuindo para a redução das mortes materna, neonatal e infantil no estado.

Vídeo: Menino de dez anos morre após extração de dente


Pequeno Anthony Bernardo.

Uma criança de 10 anos morreu ao passar por um procedimento em uma clínica odontológica em Igarapé, na região metropolitana de Belo Horizonte. De acordo com a prefeitura da cidade, quando os socorristas chegaram ao local, na tarde desta segunda-feira (20/12), o menino já estava sem vida.

De acordo com a Secretaria de Saúde do município, a mãe do garoto informou que ele passou por um procedimento de extração de dente na clínica, que fica no Centro de Igarapé, nas proximidades da UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Prefeito Osvaldo Cândido de Queiroz.

O serviço de ambulância do município foi acionado para resgate da criança por volta de meio-dia. Os socorristas chegaram à clínica odontológica às 12h13min e encontraram o menino de 10 anos já em estado de choque.

A mãe, Lenilsa Jacinta, disse à polícia que o filho passou por exames de raio-x e radiografia da arcada superior. A dentista teria avaliado que a gengiva estava muito machucada, mas que havia condição de extrair o dente com segurança.

Durante o procedimento, Anthony reclamou de dores e a dose da anestesia foi aumentada. A extração foi feita e o menino começou a ter uma hemorragia. A mãe relatou que Anthony perdeu a conciência e começou a vomitar. Outros profissionais chegaram para ajudar a socorrer a criança.

A dentista que fez o procedimento foi até a delegacia ainda ontem, acompanhada pelo advogado. Ela disse que tudo acontecia normalmente, até movimentar o dente, quando uma quantidade anormal de sangue começou a fluir. Nesse momento, ela diz que pediu ajuda de outros dois colegas.

Apesar de uma ambulância ter chegado a socorrer Anthony, o menino já chegou morto à UPA da cidade. O corpo foi enterrado na cidade de Igarapé hoje.

Vídeo:

Secretaria Municipal de Saúde implanta em Itabuna Ambulatório de Gestação de Alto Risco


A Secretaria Municipal de Saúde, por meio do Departamento de Média e Alta Complexidade (MAC) implantou no dia 6 de dezembro, o Ambulatório de Gestação de Alto Risco para assistência às gestantes com comorbidade e/ou complicações na gravidez. A unidade está localizada no primeiro andar da Policlínica Municipal Dois de Julho, onde o atendimento é realizado por equipe especializada.

Desde o dia primeiro o atendimento foi iniciado para pacientes de Itabuna. O Serviço de Pré-Natal de Alto Risco conta com atendimento médico obstétrico, enfermeiras obstetras e equipe técnica que realizarão acolhimento também a todas pacientes dos 22 municípios pactuados à Itabuna pelo Sistema Único de Saúde (SUS), a partir da segunda semana de janeiro.

Nestas duas semanas, já foram atendidas 30 pacientes. O fluxo para atendimento é realizado a partir de encaminhamento das Unidades Básicas de Saúde ao Ambulatório de Gestação de Alto Risco. Na quinta-feira passada, dia 16, aconteceu uma visita técnica com os secretários de Saúde dos municípios pactuados para conhecimento da unidade.

A secretária de Saúde de Itabuna, Lívia Mendes Aguiar, afirma que essa implantação é “uma necessidade de vários anos, e que se concretizou nesta gestão, graças ao empenho da equipe. A gravidez é um processo fisiológico que na maioria das vezes ocorre sem risco à mulher. Porém, em alguns casos, a gravidez evolui de forma a gerar riscos ao feto materno. O Programa de Pré-Natal de Alto Risco vem trazer para a comunidade um apoio a esse momento delicado.” afirmou.

A diretora de Média e Alta Complexidade, Roberta Fulgêncio, enfatizou que “o ambulatório de Gestação de Alto Risco é uma conquista não só para Itabuna, mas para a região. Isto, nos deixa muito felizes, pois, a assistência especializada para gestantes foi uma busca de vários anos. Graças aos nossos gestores, o prefeito Augusto Castro e a secretária de Saúde, Lívia Mendes, foi possível colocarmos em prática esta prioridade para nossa população,” disse.

Já a coordenadora do Ambulatório de Gestação de Alto Risco, Jilvane Chaves, a qual também já realizou capacitação para equipe da Atenção Primária, pontuou que “esse é um sonho que existe há 10 anos e agora se tornou realidade. Antes, não tínhamos um local especializado para atendimento a essas gestantes. E, agora, elas terão um serviço especializado de acolhimento, evitando que a paciente possa adentrar o hospital de uma forma mais grave. Com o Pré-Natal de Alto Risco, há uma estrutura e fluxo para que as gestantes consigam realizar seus exames e especialidades da melhor forma,” concluiu.

Fiocruz: vacinação em locais remotos e de crianças é estratégica


A vacinação de crianças e de pessoas que vivem em locais remotos é estratégia importante para aumentar a imunização da população contra a covid-19, de acordo com estudo divulgado hoje (21) pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). A pesquisa foi submetida à Revista Brasileira de Epidemiologia e está disponível na internet.

Segundo a publicação, atualmente, cerca de 85% dos brasileiros podem se vacinar, se consideradas todas as pessoas acima de 11 anos. No entanto, os pesquisadores observaram que, desde setembro, o ritmo de vacinação da primeira dose no Brasil vem desacelerando. Nos dois meses seguintes ao dia 9 de outubro esse ritmo caiu ainda mais, chegando perto do zero, cerca de 0,08% por dia.

Para os pesquisadores, isso poderia sugerir que a vacinação já está próxima do seu limite, com 74,95% da população imunizada com a primeira dose.

Diante desse cenário, o estudo aponta como uma das formas de superar essa curva de estagnação ampliar as faixas etárias elegíveis à vacinação, com a imunização das crianças, e criar novas estratégias para aumentar a aplicação da primeira dose em pessoas que vivem em locais remotos.

Para os pesquisadores, a estagnação tem maior relação com dificuldade de acesso do que com recusa em receber a vacina.

Na última quinta-feira (16), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o uso da vacina produzida pelo consórcio Pfizer-BioNTech, a Comirnaty, em crianças com idade de 5 a 11 anos.

Na sexta-feira (17) o ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), deu 48 horas para o governo federal se manifestar sobre atualização do Programa Nacional de Imunizações com a inclusão da vacinação de crianças de 5 a 11 anos contra a Covid-19. Ontem (20), o prazo foi ampliado até 5 de janeiro.

No último final de semana, o Ministério da Saúde informou que irá decidir sobre a vacinação contra a covid-19 para crianças de 5 a 11 anos no dia 5 de janeiro. Antes disso, será realizada uma audiência pública para discutir o assunto.

Apesar da autorização da Anvisa para uso do imunizante Pfizer em crianças, ainda não há expectativa para o início da vacinação desse público no país. Se o Ministério da Saúde incluir as crianças no Programa Nacional de Imunizações em 2022, quem vai fornecer as doses específicas para esse grupo, de acordo com a pasta, será a farmacêutica Pfizer.

Cobertura desigual

A análise da Fiocruz teve como base a cobertura vacinal por unidade da Federação e teve como período de referência a Semana Epidemiológica 47, correspondente à última semana de novembro.

O estudo mostra que há uma grande desigualdade nacional, com Norte e Nordeste apresentando as piores coberturas, tanto de primeira quanto de segunda doses, o que deixa claro que os valores nacionais são inflacionados pelos números estatisticamente superiores dos estados do Centro-Sul. São Paulo e Amapá têm, respectivamente a maior e a menor cobertura vacinal no país.

Um dos fatores para a menor cobertura vacinal pode ser o fato de a população da Região Norte ser mais jovem. Além disso, de acordo com os pesquisadores, questões relacionadas à logística de distribuição podem influenciar nos dados utilizados na análise.

O estudo ressalta que a estratégia de vacinação como medida de mitigação da pandemia tem sido uma medida efetiva, no Brasil e no mundo. Em relação à vacinação infantil, a pesquisa diz que há imunizantes com comprovada eficácia para este grupo etário e estudos de segurança indicam que é possível sua utilização.

Posicionamentos

Em nota, as sociedades brasileiras de Imunizações (SBIm), Pediatria (SBP) e Infectologia (SBI) posicionaram-se favoráveis à autorização da vacinação de crianças “por entenderem que os benefícios da vacinação na população de crianças
de 5 a 11 anos com a vacina Comirnaty (Pfizer), no contexto atual da pandemia, superam os eventuais riscos associados à vacinação”, diz o texto.

As entidades argumentam que, de acordo com os dados oficiais fornecidos pelo Ministério da Saúde em seus Boletins Epidemiológicos publicados, a carga da doença na população brasileira de crianças é relevante, incluindo até o momento milhares de hospitalizações e centenas de mortes pela covid-19 no grupo etário em questão, além de outras consequências da infecção em crianças, como a covid-19 longa e a síndrome inflamatória multissistêmica pediátrica (SIM-P), todas elas de potencial gravidade neste grupo etário.

“Temos hoje mais de 5 milhões de doses aplicadas desta vacina em crianças de 5-11 anos nos Estados Unidos da América (EUA) e em outros países, com dados de farmacovigilância não revelando eventos adversos de preocupação”, afirmam na nota. As entidades defendem ainda que a aplicação seja monitorada pela fabricante para acompanhar eventuais efeitos adversos e que sejam feitos estudos para comprovar a eficácia da imunização.

Também em nota, a Academia Nacional de Medicina, a Academia Brasileira de Ciências, e a Sociedade  Brasileira para o Progresso da Ciência manifestam a necessidade que se comece “imediatamente a vacinação, contra a covid-19, das crianças brasileiras, a fim de protegê-las e à população em geral”.

“Continua indispensável completar a vacinação de adultos e iniciar rapidamente a  imunização de crianças e adolescentes”, afirmam as entidades, que acrescentam: “Não apenas a Anvisa, que merece o mais alto respeito, mas o FDA [Agência de Alimentos e Medicamentos] e o CDC [Centros de Controle e Prevenção de Doenças] nos Estados Unidos e agências semelhantes na Europa aprovaram e estimulam a vacinação como  imprescindível para o controle da doença, evitando sofrimento e mortes nessa faixa etária  tão importante”.

Matéria atualizada às 16h56 para acrescentar os posicionamentos das sociedades brasileiras de Imunizações (SBIm), Pediatria (SBP) e Infectologia (SBI), Academia Nacional de Medicina, a Academia Brasileira de Ciências e da Sociedade  Brasileira para o Progresso da Ciência.

Bahia segue há 11 dias sem dados do MS; estado registra 6 mortes por Covid


Com os sistemas e banco de dados do Ministério da Saúde fora do ar há onze dias, o boletim epidemiológico tem sido divulgado apenas de forma adaptada. O problema é consequência do ataque de hackers sofrido pelo Ministério na sexta-feira (10).

Na Bahia, nas últimas 24 horas, foram registrados 6 óbitos confirmados por Covid-19. Desde o início da pandemia, o total de óbitos é de 27.438. Os dados ainda podem sofrer alterações devido à instabilidade do sistema do Ministério da Saúde. A base ministerial tem, eventualmente, disponibilizado informações inconsistentes ou incompletas.

Para acessar o boletim infográfico adaptado, clique aqui ou acesse o Business Intelligence.

Senadores repudiam ameaças a servidores da Anvisa


Vários senadores criticaram o presidente Jair Bolsonaro pela intenção de divulgar os nomes dos técnicos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que aprovaram a autorização para que a vacina da Pfizer contra a covid-19 seja aplicada em crianças de cinco a 11 anos. Os senadores da Frente Parlamentar Observatório da Pandemia emitiram nesta segunda-feira (20) nota em solidariedade à Anvisa, alertando para as ameaças que os servidores dessa agência vêm sofrendo após as recentes declarações de Bolsonaro. E o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, disse que “é inaceitável qualquer intimidação ou ameaça em função de decisões que são tomadas livre e autonomamente por uma agência reguladora a partir de critérios técnicos e científicos”.

No dia 16 de dezembro, Bolsonaro anunciou ter pedido “extraoficialmente” os nomes dos responsáveis pela liberação da vacina. No dia seguinte, a Anvisa divulgou nota repudiando qualquer ameaça “explícita ou velada” ao exercício de suas funções. A agência também pediu proteção policial a seu corpo funcional, que teria sofrido ameaças de morte após as críticas de Bolsonaro à autorização dada pela Anvisa.

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, também foi criticado por senadores por ter apoiado, nesta segunda-feira (20), a intenção de Bolsonaro de divulgar os nomes dos técnicos da Anvisa. O ministro argumentou que isso deveria ser feito em nome da “publicidade dos atos da administração”.

Incitação

Em sua nota, a Frente Parlamentar Observatório da Pandemia — da qual fazem parte os senadores Omar Aziz (PSD-AM), Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e Renan Calheiros (MDB-AL), entre outros — declara que, “mais uma vez, o presidente Bolsonaro, na falta de fundamentos científicos para responder à decisão da Anvisa, recorre às fake news, ao ódio e à incitação à violência, colocando em risco a vida e a integridade física dos servidores técnicos e qualificados da agência, em atitude abertamente fascista, como tem sido o costume em todo o seu governo e, em especial, durante o enfrentamento à pandemia”.

A senadora Zenaide Maia (Pros-RN), em pronunciamento nesta segunda-feira, cobrou do Congresso a manifestação de repúdio à “agressão e perseguição” aos técnicos da Anvisa. Ela acusou Marcelo Queiroga de “servilismo” por apoiado Bolsonaro em um assunto que deve ser decidido de forma técnica.

O senador Rogério Carvalho (PT-SE), também em pronunciamento nesta segunda-feira, declarou que as ameaças a servidores são “fruto da ignorância, do desrespeito às instituições e de um trabalho orquestrado”. E que a decisão da Anvisa de autorizar a vacinar crianças de cinco e 11 anos “decorre de estudos sérios, e não daqueles estudos que a gente via sobre protocolos e estudos inexistentes”. Ele também condenou o posicionamento de Marcelo Queiroga e informou que acionará o Ministério da Saúde para que se inicie imediatamente a vacinação das crianças de cinco a 11 anos a partir das orientações da Anvisa.

Redes sociais

Além deles, outros senadores também criticaram Bolsonaro e as ameaças à Anvisa por meio das redes sociais.

Para o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), “o próprio presidente da República estimulando ameaças contra servidores que apenas estão cumprindo suas missões técnicas, alinhados com as principais agências do mundo, é postura típica das milícias, que usam força e intimidação para impor vontades”.

O senador Humberto Costa (PT-PE), por sua vez, criticou a persistência do “negacionismo” diante dos efeitos da pandemia e alertou para o risco de se prejudicar a vacinação de crianças contra a covid-19.

Randolfe Rodrigues disse que não se pode tolerar “ameaças à ciência, à saúde e à vida das pessoas”. Ele anunciou que vai apresentar uma notícia-crime contra Bolsonaro.

Renan Calheiros ressaltou que o número de mortos por covid-19 é maior entre não-vacinados do que em pessoas vacinadas. E condenou a “protelação assassina” do ministro da Saúde. Ele declarou que Bolsonaro “decreta sigilos centenários em tudo”, mas quer a exposição de quem autorizou a vacinação de crianças.

Omar Aziz pediu proteção aos membros da Anvisa: “Se alguém discorda de uma decisão, que procure a Justiça. Mas ameaças não são toleradas.”

A senadora Leila Barros (Cidadania-DF) criticou Bolsonaro por, “direta ou indiretamente”, estimular a violência contra servidores que cumprem seus deveres. “Eu me pergunto o que estaria acontecendo hoje se a tal da reforma administrativa tivesse sido aprovada e tivesse sido retirado o direito de estabilidade para os servidores públicos.”

O senador Paulo Rocha (PT-PA) manifestou seu apoio à Anvisa e aos trabalhadores do serviço público federal.

Fonte: Agência Senado

Brasil anuncia doação de 10 milhões de doses de vacina


O Ministério da Saúde anunciou, hoje (20), que doará ao menos dez milhões de doses de vacinas contra a covid-19 para nações de baixa renda, por meio da aliança internacional Covax Facility, conduzida pela Organização Mundial de Saúde (OMS), bem como para países vizinhos.

A iniciativa foi detalhada há pouco, pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e pelo embaixador Paulino Franco de Carvalho Neto, que está respondendo interinamente pelo Itamaraty. Segundo eles, o presidente da República, Jair Bolsonaro, já assinou uma Medida Provisória (MP) autorizando o Poder Executivo federal a doar os imunizantes em caráter de cooperação humanitária.

Segundo Queiroga, é possível que, além das 10 milhões de doses iniciais, mais 20 milhões de doses sejam doadas posteriormente, totalizando ao menos 30 milhões de unidades da vacina. A efetivação da doação dependerá da manifestação de interesse e anuência de recebimento do imunizante pelo país beneficiado.

“Guiados pelo princípio da solidariedade, favoreceremos operações juntos ao mecanismo Covax, de forma a permitir que as vacinas cheguem aqueles que mais necessitam”, disse Queiroga. Já o ministro-interino das Relações Exteriores detalhou que, “graças ao avanço e ao sucesso da campanha nacional de vacinação”, o Brasil decidiu apoiar países da América Latina, Caribe e África, “com significativa doação de doses”.

Queiroga garantiu que a iniciativa não comprometerá a estratégia de imunização da população brasileira. “Gostaria de indicar que as doações a serem efetivadas pelo governo brasileiro não comprometerão nossa bem-sucedida estratégia de imunização, incluindo a distribuição de doses de reforços para todos os públicos, para todas as faixas etárias que, eventualmente, forem incluídas em nosso Programa Nacional de Imunizações.”

O ministro da Saúde também destacou que o enfrentamento à pandemia exige a cooperação entre países. “Sabíamos que as vacinas eram a esperança para conter o caráter pandêmico da covid-19. Como todos sabem, [no Brasil] chegamos ao fim de 2021 com números que atestam o sucesso da estratégia diversificada do governo de assegurar o acesso da população brasileira aos imunizantes. Com o avanço da vacinação [no país] foi possível reduzirmos em mais de 90% o número de óbitos e de casos da doença em comparação ao pico da pandemia, em abril de 2020. [Mas] é importante recordar que, neste momento, alguns países registram uma nova onda de infecções, com preocupante aumento no número de casos, em especial devido à variante Ômicron. Apesar do reconhecimento da imunização extensiva como um bem público global, apenas 5,2% da população de países de baixa renda receberam ao menos uma dose da vacina. Noventa e oito países ainda tem menos de 40% de cobertura vacinal. Quarenta e um não chegam nem mesmo a 10%. Só estaremos seguros quando todos estiverem seguros.”

De acordo com o Ministério da Saúde, mais de 381 milhões de doses de vacinas contra a covid-19 já foram distribuídas aos estados e municípios brasileiros. Destas, mais de 315 milhões de doses já foram aplicadas, de maneira que, segundo Queiroga, mais de 90% do público-alvo apto a ser vacinado já recebeu ao menos uma dose dose do medicamento e mais de 80% deste mesmo universo de pessoas estão completamente imunizados.

“Acho que estamos muito alinhados com a própria OMS, que preconiza que devemos ampliar o acesso à população que ainda não recebeu a primeira dose. Muitas vezes, há um anseio para que avancemos na dose de reforço, para atingirmos outras faixas etárias, mas o mundo precisa de vacinas para quem não recebeu sequer uma dose”, acrescentou Queiroga.

Em um vídeo exibido durante o anúncio, a diretora-geral-adjunta para Acesso a Medicamentos e Produtos Farmacêuticos da OMS, Mariângela Simão, apontou a desigualdade entre os países no acesso às vacinas como um problema para evitar o surgimento de novas variantes do novo coronavírus. “Um dos maiores desafios continua sendo a enorme inequidade existente no acesso às vacinas. Este ambiente favorece o surgimento de variantes. Estima-se que, no continente africano, apenas um em cada quatro trabalhadores da Saúde está completamente vacinado. A meta da OMS era que cada país tivesse alcançado um mínimo de 40% de cobertura vacinal até o fim deste ano. E 98 países certamente não vão alcançar esta meta. Portanto, este é um momento em que a solidariedade entre países é mais importante que nunca”, disse Mariângela ao apontar o Brasil como “um dos poucos” países de renda média/alta a doar imunizantes ao Mecanismo de Acesso Global a Vacinas contra a Covid-19 (Covax).

Agência Brasil.