POR RANS
Costuma-se afirmar que, ao lado do executivo, legislativo e o judiciário, a imprensa é o quarto poder. É óbvio que as devidas proporções de aplicação de tal poder devem ser levadas em conta. Mas, é impossível negar a grandiosa, e em alguns casos maléfica, influência que os meios de comunicação exercem ante os três poderes constituídos e, consequentemente, sobre a sociedade em questão.
Sabedores disso, aqueles que estão no poder se mobilizam notadamente para que a imprensa trilhe ao seu lado, e acabe se tornando porta voz das suas ações. Exemplos eclodem mundo a fora que não nos deixa mentir.
Agindo assim, a imprensa vai para um caminho altamente negativo. Ou seja, ao invés de cumprir sua função social de meio fiscalizador do poder público, passa a ser reverberizador de suas ações. Com isso, o que há de errado é negligenciado e as ações públicas obrigatórias são perpassadas como se fossem grandes feitos. Por isso que não é raro nos depararmos com jornais e sites que reproduzem, como se fossem matérias jornalísticas, algo do tipo: “Prefeito mostra grande sensibilidade e inaugura nova pintura do meio fio das ruas”.
Enquanto isso, a exemplo de uma cidade bastante conhecida por nós, muitas coisas erradas vão se sucedendo na administração pública municipal, sem que a imprensa noticie. Isso ao nosso ver não é jornalismo.
Mas não podemos julgar ninguém. Cada um é dono e senhor de suas ações. Mas o povo, grande detentor de sabedoria, saberá distinguir o joio do trigo. Azar de quem cair em descrédito ante ele, afinal de contas, o puxa-saquismo por essas bandas quase virou uma convenção midiática. O que, diga-se de passagem, é algo execrável.