Recém-nascidos que se encontram internados na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (Utin) do Hospital Materno Infantil Dr. Joaquim Sampaio, em Ilhéus, estão podendo contar com a Redeterapia, um método de humanização do cuidado neonatal no qual os bebês com o quadro clínico estável são colocados em pequenas redes adaptadas ao tamanho do paciente dentro da incubadora. A iniciativa ajuda a criança a adquirir uma posição mais confortável durante o tratamento.
“O uso da rede consegue deixar o bebê mais aconchegado, simulando a posição intrauterina. Além disso, como o tecido é mais macio, exerce menos pressão sobre a pele, evitando lesões. Os bebês até provocam um balanço suave na rede quando mexem as perninhas, ficando mais calmos e adormecendo com facilidade”, ressalta a coordenadora da Neonatologia do HMIJS, a médica Luiza Visconti. As redes nas incubadoras da UTI Neonatal assemelham-se à posição intrauterina, esclarece a médica.
Segundo ela, o tratamento acaba acelerando o processo de recuperação e alta dos bebês. A orientação médica para que a criança seja colocada na rede é feita em parceria com a equipe da fisioterapia, para garantir que permaneçam na posição mais adequada ao seu desenvolvimento. O uso da rede é recomendado no período de internação da UTI pois promove a estabilização e auto-organização do bebê no ponto de vista neurológico e comportamental. Ao proporcionar a posição intrauterina favorece estímulos motores e sensoriais. Também serve para a diminuição do estresse, com melhora do sono e de sinais vitais, estimulação dos sentidos e amadurecimento dos reflexos.
Esta é mais uma técnica de humanização e acolhimento adotada pelo HMIJS. Os bebês prematuros que nascem com idade gestacional abaixo de 37 semanas, recebem cuidados da equipe multiprofissional composta por médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, nutricionistas, fonoaudiólogos, psicologia e terapeuta ocupacional. E há psicólogos que dão apoio às puérperas.
O Método Canguru é outra iniciativa que já está sendo oferecida às mães e bebês. O método promove a aproximação entre família e recém-nascido através do contato pele a pele, estimulando o desenvolvimento e recuperação das crianças com baixo peso e prematuras. “Ainda há momentos de relaxamento dos pacientes, contribuindo para a melhora da saturação de oxigênio, a regulação da frequência cardíaca, o sono, a sucção não-nutritiva e o ganho de peso”, explica Virgínia Marilena, coordenadora geral de fisioterapia do HMIJS.
A incubadora é aquecida e umidificada, com pouca luminosidade e quase sem ruídos para simular o ambiente do útero materno e promover o crescimento e desenvolvimento do recém-nascido prematuro. Os bebês também contam com suporte respiratório e nutricional. “Eles precisam de um aporte nutricional porque têm baixo peso e demandam muita energia para se formar”, explica Louise Souza, coordenadora de enfermagem da Neonatologia.