Polícia Rodoviária Federal (PRF) encerrou o ano de 2021 com grande quantidade de drogas apreendidas nas rodovias e estradas federais que cortam a Bahia. Ao longo do último ano retiramos de circulação 14,7 toneladas de entorpecentes. Em 2020 foram 13,3 toneladas.
Os números apresentados entre janeiro e dezembro, registram um aumento de 22% no volume de maconha apreendido (13,7 toneladas), quando comparado ao mesmo período de 2020 (11,2 toneladas). A retirada de circulação desse tipo de droga representa um impacto financeiro de R$ 29,7 milhões de prejuízo para as organizações criminosas.
Já cocaína foram 870 quilos apreendidos. Em sua grande maioria foi de pasta base ou cloridrato de cocaína, que em razão do grau de pureza tem um valor mais alto no varejo. A pasta base de cocaína pode também ser convertida em pó o que faz triplicar o lucro dos traficantes. Essas apreensões de cocaína, causaram um prejuízo de 150 milhões de reais ao narcotráfico.
Apesar do Brasil não ser considerado produtor de cocaína, figura-se como um grande mercado consumidor, região de depósito e plataforma para a importação e exportação de drogas no mundo. Além disso, funciona como intermediário na rota para o tráfico internacional.
Destaque também para a apreensão de 7.215 comprimidos de ecstasy. Nos últimos anos houve um crescimento no comércio dessas ‘pílulas’. Elas produzem alterações no sistema nervoso central e são geralmente usadas em festas frequentadas por jovens, provocando euforia e alucinações. Se usada em altas doses, pode provocar convulsões e até parada cardiorrespiratória.
As apreensões de anfetaminas alcançaram 3.968 unidades. Essas substâncias conhecidas por ‘rebite’ são utilizadas pelos motoristas para diminuir o sono e também para dirigir por mais tempo na estrada, conduta perigosa que pode ocasionar acidentes graves, por isso, a PRF estará sempre coibindo com muito rigor tal prática.
Ainda foram apreendidos 104 quilos de crack; 11,2 quilos de haxixe, que é uma droga produzida a partir da resina da cannabis sativa (a planta da maconha) e tem um valor bem mais elevado; bem como a apreensão de 4,5 quilos de skunk, conhecida como a “supermaconha” que é uma droga produzida em laboratório feita através de vários cruzamentos de tipos de maconha e seus efeitos podem ser cerca de sete vezes mais fortes do que os da maconha comum.
Nos doze meses de 2021, foram registradas pela PRF BA 134 ocorrências relacionadas a crime de tráfico de drogas e 165 pessoas foram presas.
A maior apreensão do ano registrada pela PRF BA, aconteceu em 16 de setembro, em Vitória da Conquista. Policiais abordaram um caminhão e decidiram vistoriar o compartimento de carga para uma fiscalização detalhada. O cão K9 Kaleu sinalizou que na carroceria do caminhão havia droga. Ao retirarem a lona, os policiais encontraram centenas de fardos contendo os tabletes de maconha, que após pesagem totalizaram 2.770 Kg (dois mil, setecentos e setenta quilos) da droga. A maconha estava em meio a um carregamento de feno que foi utilizado como parte do disfarce para tentar enganar a fiscalização. A carga ilícita renderia quase 6 milhões de reais ao tráfico de drogas. O motorista relatou que pegou a droga em Ourinhos (SP) e tinha como destino a cidade de Mossoró (RN). Disse ainda que receberia 6.000 reais pelo transporte.
Também em Vitória da Conquista, no dia 19 de dezembro, ocorreu mais uma grande apreensão de maconha. Foram 1.480 quilos retirados das rodovias federais e um traficante preso. A droga estava escondida em uma divisória falsa de uma van.
Em pleno feriado de Natal, 25 de dezembro, uma equipe fazia fiscalização em frente ao posto da PRF, em Feira de Santana, quando abordou um caminhão e após uma vistoria encontraram 2 toneladas de maconha. Os policiais também constaram que o caminhão era roubado e circulava com placas clonadas. O motorista foi preso pelos crimes de tráfico de drogas e receptação.
Já no dia 11 de agosto, no oeste da Bahia, em Barreiras, a PRF aprendeu 1.300 quilos de maconha escondidos em meio a uma carga de mudança. Pacotes da droga também foram encontrados dentro de uma geladeira e de um freezer. O motorista de 39 anos foi preso, juntamente com outros dois homens que faziam o serviço de ‘batedor’ do ilícito.
Sucesso no enfrentamento à criminalidade
Grande parte das apreensões da PRF se deve ao esforço e ao conhecimento do efetivo da Superintendência da PRF BA, que tem se aprimorado em treinamentos e capacitações contantes, além de operações conjuntas com outras forças policiais.
As organizações criminosas não utilizam um padrão para o transporte das drogas, assim como as pessoas recrutadas pelos traficantes, que possuem as mais diversas características. Em determinadas circunstâncias, os ilícitos são levados em compartimentos escondidos nas mais variadas partes do veículo, acondicionadas em meio a cargas, presas junto ao corpo das pessoas ou até mesmo engolidas.
Ao longo de 2021, encontramos drogas em caminhão de mudança, dentro de micro-ondas e até em geladeira e cilindro de gás. A maior apreensão de maconha foi encontrada em meio a um carregamento de feno que foi utilizado como parte do disfarce para tentar enganar a fiscalização.
Tudo isso eleva ainda mais a importância da expertise do Policial Rodoviário Federal, exigindo um trabalho minucioso, com o emprego das técnicas policiais na descoberta dos ilícitos.
Além disso, a PRF apertou o cerco ao narcotráfico com ações coordenadas e planejadas por inteligência policial, o que otimiza os resultados ao tornar mais efetiva as fiscalizações dos veículos nas rodovias.
A que se destacar também o trabalho especializado com cães farejadores que tem rendido excelentes resultados. O Grupo de Operações com Cães (GOC) trabalha com as raças Pastor Belga Malinois e Pastor Alemão. Os cães são treinados para farejar drogas, armas e munições e exercem sua função de forma lúdica – a “busca” do ilícito nada mais é que uma brincadeira em que a recompensa é um brinquedo e o carinho de seu guia.
Todas essas ações têm se mostrado um diferencial no enfrentamento ao tráfico de drogas. A ideia da PRF é ‘desmantelar’ toda a estrutura logística e financeira do crime organizado, visto que há outros ilícitos que orbitam o comércio de drogas, como o tráfico de armas e o de roubo de veículos, já que as organizações se utilizam destes veículos para a prática de outros crimes, como assaltos, transporte de drogas e contrabando.
Com informações da PRF/Bahia.