Lula nem assumiu ainda, mas a disputa pela sua sucessão já começou no Partido dos Trabalhadores.
Alas importantes da legenda estava se posicionando contra nomeações de filiados nordestinos, ao mesmo tempo que diretórios do nordeste articulavam para barrar ministros do Sudeste. A Informação é do Último Segundo, na Coluna do jornalista Daniel César.
O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mostrou bastante irritação com a divisão regional em reunião com membros de seu partido.
“O racha regional não vem de hoje, mas se acentuou com a disputa de cargos”, informou um assessor do presidente eleito. Segundo ele disse à coluna, membros do PT no Sul e no Sudeste tentaram articular para que colegas do partido no Nordeste não ganhassem cargos no primeiro escalão. A estratégia é para evitar que algum nome da região desponte como sucessor de Lula em 2026.
A guerra interna chegou ao ouvido de Lula, que tomou atitudes drásticas. A primeira foi de manter Gleisi Hoffman como presidente da sigla. Ele entende que a deputada federal consegue manter os diretórios sob sua tutela sem criar uma disputa exagerada pelo poder. O petista lembrou que a competição também é saudável, mas se incomodou com tentativas de definir seu ministério por parte de diretórios regionais.
A segunda medida do governante foi resolver a equação anunciando ministros e, entre eles, um do sudeste ( o próprio Haddad ) e também do Nordeste, com Rui Costa , um dos expoentes do PT na Bahia. Com isso, Lula entende que o recado foi claro e que alimenta a disputa pela sucessão, porém não pretende admitir boicotes a colegas ou que governem por ele.
Internamente, no entanto, petistas consideram que a sucessão já começou. Dentro do PT, Haddad sai como favorito e Rui parece ser o segundo predileto. Neste momento, um bom desempenho dos dois deve gabaritá-los para 2026, mas todos sabem que o aval passa pela aprovação e decisão final de Lula, que pode surpreender. “Ele já ameaçou apoiar alguém de outro partido, mas ninguém levou a sério”, concluiu um assessor.