O Ministério Público estadual conseguiu na Justiça que a empresa multinacional Google quebrasse o sigilo do correio eletrônico de empresários investigados por participação em crimes de sonegação fiscal e lavagem de dinheiro contra o Estado da Bahia, e que todo o conteúdo dos e-mails trocados por eles fosse enviado aos promotores de Justiça do Grupo de Atuação Especial de Combate à Sonegação Fiscal e aos Crimes Contra a Ordem Tributária (Gaesf). A decisão da 2ª Vara Criminal de Salvador, datada de setembro de 2013, só foi cumprida pelo provedor em maio último, com oito meses de atraso, e as informações chegaram ontem, 4, ao conhecimento do Gaesf. Pela demora de atender à ordem judicial, o Google pode pagar multa de aproximadamente R$ 2,4 milhões.
Segundo informações do Gaesf, o conteúdo dos e-mails constitui “prova importantíssima” para o andamento das investigações, que correm em segredo de justiça. Sediado nos Estados Unidos, o Google havia se recusado a enviar os dados requeridos pelos promotores. Conforme o Gaesf, a multinacional chegou a exigir que o Poder Judiciário baiano se dirigisse ao Departamento de Justiça americano, para solicitar a quebra do sigilo do correio eletrônico por meio de um procedimento diplomático. A alegação da empresa era que os dados se encontravam armazenados em território estadunidense.