Artigo de Anna de Oliveira
No último sábado, o sexto dia do mês de junho, pude assistir o segundo tempo do jogo que decidiu a final da Liga dos Campeões de 2015, disputada entre o time espanhol, o Barcelona, e o italiano Juventus.
Entre tantas jogadas, as lentes de transmissão buscaram registrar as investidas do bonito futebol de Lionel Messi, e, os olhos dos brasileiros, naturalmente, estavam também muito voltados para os lances que Neymar participava. [Afinal, já é consagrada a ideia de que o brasileiro é apaixonado por futebol. O que eu particularmente entendo que isso não deveria ser assim tão massificado. Existem outras coisas não?, para se apaixonar em um país, além do futebol – que já é uma paixão mundial. Não deveria ser nosso carro chefe, penso, nem o carnaval].
Mas um lance, entre as tantas emoções de uma disputa acirrada, me chamou a atenção. Quando cruzaram a bola para Neymar, o mesmo cabeceou e fez o que seria o terceiro gol contra o Juventus. Nesse momento fiquei alegre por ver um brasileiro em um grande time, com grandes jogadores, sendo bem sucedido no que faz. Mas rápido foi o sobressalto da torcida na vibração acalorada. Em meio à comemoração performática do craque, o juiz anulou o lance, já que a bola bateu na mão de Neymar antes de entrar no gol.
E foi exatamente aí que eu fiquei observando, a indignação do brasileiro em campo, angustiado pelo, até então, suposto mal injusto. Ele implorava, quase de joelhos, que foi um lance limpo, sem infrações. Eu realmente acreditei que Neymar estava certo, que ele fez o gol e foi legal, e que o juiz estaria equivocado. A súplica de Neymar me comoveu, menos ao juiz, que não voltou atrás de sua arbitragem.
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