Nesta semana, durante a Sessão Ordinária da terça-feira (02), da Câmara de Ilhéus, a principal pauta levantada pelos vereadores foi o aumento da passagem do transporte público coletivo, que foi autorizado pelo Executivo Municipal, e passará a ser R$ 4,80, após o reajuste no valor de R$ 1,00. O aumento da tarifa foi concedida antes da Câmara emitir o parecer, que é apenas opinativo.
Ao fazer uso do pequeno expediente, a vereadora Enilda Mendonça lamentou o fato da Camara não ter poder de voto na decisão do reajuste, “pois poderíamos se posicionar e vetar esse aumento”. A parlamentar também chamou atenção para o fato do Conselho Municipal de Transporte ter aprovado por unanimidade o aumento da tarifa sem ter discutido qualidade do serviço. “Nas outras vezes que tivemos o reajuste de passagens, as contrapartidas das empresas eram maiores, mesmo elas não cumprindo. Agora a contrapartida é somente um prazo de 6 meses para as empresas apresentem a compra de 7 ônibus, cada uma. Mas a frota que atua hoje está sucateada”, declarou a vereadora.
O vereador Paulo Carqueija afirmou que é preciso discutir o assunto de forma mais ampla e profunda, buscando saídas para oferecer à população um serviço de transporte de qualidade. “A bilhetagem eletrônica com validação temporal é fundamental para termos pontos de transbordo sem a necessidade de um cercado, apenas usando a validação de tempo”. Segundo o vereador, essa alternativa facilitaria o usuário e também o trabalho das empresas. “O Poder Público Municipal precisa dar essas contrapartidas, também é preciso melhorar as estradas por onde esses ônibus passam”, finalizou Carqueija.
De acordo com o vereador Aldemir Almeida, nenhum vereador apóia o aumento nessas condições. “Nós temos ônibus sucateados e isso deveria ser mais discutido com as próprias empresas e a população para que chegassem a um denominador comum”. Aldemir também citou a criação da estação de transbordo, que existe nas grandes cidades, “iria melhorar demais a questão do valor médio da tarifa pública”, defendeu o edil.
Já para o vereador Jerbson Moraes, o aumento da passagem precisa ser mais discutivo pelo Legislativo, pois ele vem de um Conselho que não está legalmente constituído e não está de acordo ao que a Lei manda. “O conselho está sendo imparcial e não está representando a sociedade. A própria votação dele traduz isso. Precisamos brecar esse aumento de passagem”, declara Jerbson.
O vereador Tandick Resende também se manifestou sobre o aumento da tarifa de ônibus e as contrapartidas exigidas às empresas que, segundo ele, já não foram cumpridas em 2018 quando houve o último aumento. O edil também lembrou que há 42 dias a Câmara realizou uma Sessão Especial que discutiu melhorias para o transporte público de Ilhéus, “ao invés das melhorias, tivemos o aumento da tarifa”, chamou atenção.
O vereador Vinicius Alcântara destacou a precariedade que as empresas de ônibus oferecem. “Muitas pessoas dos distritos tem dificiculdade de vir para o Centro da cidade, imagina como o aumento vai pesar no bolso do povo de Ilhéus. Quero deixar meu posicionamento totalmente contra a qualquer tipo de aumento”, se posicionou Vinicius, que também declarou se sentir de mãos atadas.
O edil Fabrício Nascimento se posicionou durante a sessão totalmente contrário ao aumento da passagem. “Acho um absurdo! Ônibus sucateados, distritos sem ônibus, então por que aumentar a passagem?”, questionou Fabrício. Para o vereador Ivo Evangelista, o aumento não condiz com
a realidade do serviço prestado. “A população as vezes não reclama do valor da passagem, mas sim do serviço oferecido. Se fosse um serviço adequado, não haveria problema. Mas não temos abrigos de ônibus, não temos ônibus no horario, o número de veículos disponíveis é muito pouco e o atendimento ao estudante não é satisfatório”, afirmou Evangelista.