Feirantes protestam contra interdição da Central de Abastecimento do Malhado em Ilhéus


Feirantes protestam contra fechamento da Central de Abastecimento do Malhado. Foto de Jamesson Araújo/ Blog Agravo.

Trabalhadores e feirantes que atuam na Central de Abastecimento do Malhado chegaram na manhã deste sábado (02) para trabalhar e se depararam com todo o complexo da feira interditado com fitas isolantes pela Vigilância Sanitária do estado, e por forte aparato policial.

Em protesto, os feirantes ocuparam a Av. Ubaitaba, e tentavam entender o fechamento sem nenhum aviso prévio, para que pudessem ter feito um planejamento para diminuir o prejuízo na economia.

Vídeo:

Durante a manifestação, alguns feirantes revoltados chegaram a se dirigir ao supermercado Meira, exigindo o fechamento do estabelecimento, alegando que no local também há uma forte movimentação de pessoas e fica localizado em frente à Central.

Policiais se colocaram entre os feirantes e o estabelecimento, impedindo que o pior viesse a acontecer.

Alguns feirantes alegam que o governo do Estado não deu tempo para os trabalhadores se organizarem, e muitos protestavam com legumes e hortaliças nas mãos.

Alguns líderes da manifestação exigiam a presença e uma ação do prefeito Mário Alexandre para que a Central fosse reaberta.

Foto Jamesson Araújo/ Blog Agravo.

Todo o trânsito na avenida Ubaitaba nas proximidades da Central de Abastecimento está fechado.

O anúncio da interdição da Central foi feita Secretário de Saúde do Estado da Bahia, Fábio Villas-Boas, nesta sexta-feira (01), durante sua visita ao Centro de Atendimento Covid-19, no Centro de Convenções de Ilhéus.

Galeria de Fotos:

Prefeitura de Ilhéus realiza cadastro de feirantes do Malhado

Prefeitura de Ilhéus realiza cadastro de feirantes do Malhado


A Prefeitura de Ilhéus, por meio de uma ação conjunta de diversas secretarias e a Associação da Central de Abastecimento do Malhado (Ascam), realizou na manhã deste 1º de maio o cadastramento dos feirantes como preparação para a reorganização da feira.

A ação, que conta com a coordenação e plano de estudo realizado pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico (SDE), é operacionalizada pela Superintendência de Indústria e Comércio para o cadastramento dos feirantes juntamente com a Ascam, o acompanhamento das secretarias de Meio Ambiente, de Serviços Urbanos (Secsurb), de ordem Pública por meio do apoio da Guarda Civil Municipal, da Polícia Militar para a segurança da atividade e da Superintendência de Transporte, Trânsito e Mobilidade (Sutram) para a organização do fluxo de veículos nas vias.

“No último decreto, o prefeito Mário Alexandre determinou a realização desta iniciativa que tem como objetivo a reorganização da feira, com novas barracas, tendo em vista a necessidade de atnder as recomendações de higiene e distanciamento entre as barracas. Os feirantes contarão com a limpeza e desinfecção do local, e receberão novas barracas”, explicou o titular da SDE, Vinícius Briglia.

O Governo do Estado está doando 150 barracas para esta iniciativa, cuja montagem será realizada pela Secsurb, na próxima semana. Uma verdadeira força tarefa que visa a manutenção das atividades dos feirantes neste período de pandemia.

Governo do Estado interditará Central de Abastecimento do Malhado em Ilhéus


Imagem Divulgação.

O Secretário de Saúde do Estado da Bahia, Fábio Villas Boas, declarou que o governo baiano interditará no sábado (2), toda a Central de Abastecimento do bairro do Malhado, na cidade de Ilhéus.

O anúncio surpreendeu a todos os presentes na manhã deste 1° de maio, na ocasião da visita que Villas Boas realizou ao Centro de Atendimento Covid-19, no Centro de Convenções de Ilhéus.

A Prefeitura de Ilhéus realizou na manhã desta sexta-feira uma força tarefa para o cadastramento dos feirantes para o recebimento de novas barracas doadas pelo Estado. A Prefeitura de Ilhéus visa a reorganização da Central de Abastecimento, conhecida como feira do Malhado, com a organização das barracas para a reabertura da feira.

“Sabemos da importância da continuidade da comercialização dos produtos agrícolas vindos do interior e, por isso, trabalhamos para a manutenção das atividades dos feirantes e o consumo com os devidos cuidados para a prevenção do coronavírus”, declarou o Prefeito Mário Alexandre.

De acordo com Villas Boas, é a Vigilância Sanitária do Estado que realizará essa interdição, por meio de um decreto estadual.

Governo prorroga validade de passe livre para pessoas com deficiência


Imagem ilustrativa.

O Ministério da Infraestrutura publicou nesta quinta-feira  (30), no Diário Oficial da União, portaria prorrogando o prazo de validade de credenciais do passe livre em transporte coletivo interestadual para pessoas com deficiência em razão da pandemia do novo coronavírus (covid-19). A medida vale para os documentos vencidos a partir de março de 2020 que serão renovados automaticamente até 31 de dezembro deste ano.

De acordo com a pasta, a decisão foi tomada diante da “necessidade de adoção de medidas para conter a transmissão do novo coronavírus (covid-19), evitando a necessidade de deslocamentos e a concentração de pessoas em estabelecimentos públicos”.

A portaria diz que a credencial de passe livre tem validade de três anos, a contar da data de sua expedição, e que a sua renovação se dará por manifestação do interessado, “encaminhada ao órgão responsável, ou ao órgão ou entidade conveniada e detentora do processo.”

A partir de hoje moradores de Itacaré só poderão sair da cidade com autorização da prefeitura


Prefeitura de Itacaré.

A partir de hoje, dia 30 de abril, só será permitida a saída dos moradores de Itacaré para os outros municípios mediante uma autorização prévia, com os dados das pessoas que estão saindo, informando o dia, o horário, o destino e a justificação dos motivos. A autorização deve ser solicitada no Centro de Informações do Covid 19, que funciona na Praça da Bíblia, com atendimento presencial das 8 às 18 horas, ou pelo telefone para informações (73) 99995-7568.

A medida tem como objetivo reduzir o número de pessoas que tem saído da cidade sem qualquer motivo, para fazer passeios, compras ou visitar parentes. Com isso, esses moradores acabam tendo contato com pessoas de outras cidades, onde existem muitos casos de coronavírius e aumentam os riscos de não somente contrair a doença, como também trazer o Covid 19 para Itacaré.

De acordo com o Comitê de Monitoramento, apesar da recomendação da Organização Mundial de Saúde ser o isolamento domiciliar, evitando sair de casa, tem sido grande nos últimos dias os casos de pessoas de Itacaré que estão indo para outras cidades sem qualquer justificativa. Dessa forma, fica difícil o trabalho de combate à doença no município. O Comitê de Monitoramento explica que a Prefeitura de Itacaré vem adotando uma série de medidas para combater a doença, mas todas essas ações só serão eficazes se contar com a colaboração de todos.

Paralelo à medida de saída mediante autorização prévia, a Prefeitura de Itacaré estará intensificando, também a partir desta quinta-feira, a fiscalização nas barreiras sanitárias, com ações mais rigorosas, não permitindo a entrada de pessoas de outras cidades e punindo aqueles que tentam enganar ou burlar a fiscalização. De acordo com o Comitê de Monitoramento, Itacaré só registou até o momento um caso confirmado de coronavírus, e ainda assim contraído em outro município, por contas das medidas de proteção adotadas pela Prefeitura, daí a necessidade da compreensão e a ajuda de todos para continuar garantindo a saúde da população.

Bahia passa a ter 100 municípios com transporte suspenso


Rodovia Ilhéus- Itacaré. Foto Blog Agravo.

O transporte intermunicipal será suspenso em Arataca, Maracás, Maraú e Santo Amaro a partir de sexta-feira (1º). A medida, que tem como objetivo conter o avanço do coronavírus na população baiana, foi publicada em decreto no Diário Oficial do Estado (DOE) desta quinta-feira (30). No total, a Bahia passa a ter 100 cidades com restrição no transporte.

A determinação considera a circulação, saída e chegada de qualquer transporte coletivo intermunicipal, público e privado, rodoviário e hidroviário, nas modalidades regular, fretamento, complementar, alternativo e de vans.

O decreto publicado no DOE desta quinta (30) também autoriza a retomada do transporte em Luís Eduardo Magalhães, considerando que o município e os municípios integrantes da sua zona de impacto sanitário completaram 14 dias ou mais sem novos casos de Covid-19.

As outras cidades com transporte suspenso são Acajutiba, Água Fria, Aiquara, Alagoinhas, Almadina, Amélia Rodrigues, Aracatu, Barro Preto, Buerarema, Caetanos, Caldeirão Grande, Camacã, Camaçari, Camamu, Campo Alegre de Lourdes, Canavieiras, Candeias, Capim Grosso, Castro Alves, Catu, Coaraci, Conceição do Jacuípe, Coração de Maria, Cravolândia, Cruz das Almas, Curaçá, Dário Meira, Dias D’Ávila, Eunápolis, Feira de Santana, Floresta Azul, Gandu, Gongogi, Ibicaraí, Ibirataia, Ibotirama, Ilhéus, Ipiaú, Ipirá, Irecê, Itabela, Itaberaba, Itabuna, Itacaré, Itagibá, Itajuípe, Itamari, Itaparica e Itapebi.

A lista inclui também Itapetinga, Itatim, Jaguaquara, Jaguarari, Jequié, Juazeiro, Laje, Lajedo do Tabocal, Lauro de Freitas, Licínio de Almeida, Livramento de Nossa Senhora, Maragogipe, Mata de São João, Mirante, Morpará, Mucugê, Nilo Peçanha, Oliveira dos Brejinhos, Paramirim, Paulo Afonso, Porto Seguro, Ribeira do Pombal, Rio do Pires, Rio Real, Salvador, Santa Bárbara, Santa Cruz Cabrália, Santa Luzia, Santa Teresinha, Santaluz, São Felipe, São Francisco do Conde, São José da Vitória, Sátiro Dias, Seabra, Serra Preta, Simões Filho, Taperoá, Teixeira de Freitas, Ubaitaba, Ubatã, Una, Uruçuca, Valença, Valente, Vera Cruz e Vitória da Conquista.

Bahia chega a 100 óbitos por Covid-19 e 2.676 casos confirmados


A Bahia registra 2.676 casos confirmados de Covid-19, o que representa 18,71% do total de casos notificados no estado. Considerando o número de 564 pacientes recuperados e 100 óbitos, 2.012 pessoas permanecem monitoradas pela vigilância epidemiológica e com sintomas da Covid-19, o que são chamados de casos ativos.

Os casos confirmados ocorreram em 134 municípios do estado, com maior proporção em Salvador (61,25%). Os municípios com os maiores coeficientes de incidência por 1.000.000 habitantes são Ilhéus (1.188,96), Uruçuca (1.023,44), Itabuna (769,15), Coaraci (765,02) e Salvador (570,61).

Para acessar o boletim completo, com a lista de municípios com casos confirmados, clique aqui.

O boletim epidemiológico registra 7.929 casos descartados e 14.306 notificações em toda a Bahia. Estes dados representam notificações oficiais compiladas pelo Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde da Bahia (Cievs-BA), em conjunto com os Cievs municipais.

Taxa de ocupação

Na Bahia, dos 785 leitos disponíveis do Sistema único de Saúde (SUS) exclusivos para Covid-19, 276 possuem pacientes internados, o que representa uma taxa de ocupação de 35%. No que se refere aos leitos de UTI adulto e pediátrico, dos 318 leitos exclusivos para o coronavírus, 137 possuem pacientes internados, compreendendo uma taxa de ocupação de 43%. Cabe ressaltar que novos leitos serão abertos progressivamente mediante o aumento da demanda.

Óbitos

A Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) contabiliza 100 mortes pelo coronavírus nos seguintes municípios: Adustina (1); Água Fria (1); Araci (1); Belmonte (1); Camaçari (1); Capim Grosso (1); Catu (1), sendo que a paciente foi contaminada na capital baiana; Feira de Santana (1); Gongogi (2); Ilhéus (4); Ipiaú (2); Itabuna (3); Itagibá (1); Itapé (1); Itapetinga (2); Juazeiro (1); Lauro de Freitas (5), um dos óbitos era residente no Rio de Janeiro; Nilo Peçanha (1); Salvador (62); Uruçuca (4); Utinga (1); Vitória da Conquista (3). Estes números contabilizam todos os registros de janeiro até às 17h horas desta quarta-feira (29).

98º óbito: Homem de 67 anos, com histórico de hipertensão e AVC. Admitido em hospital filantrópico de Salvador em 10 de abril, vindo a óbito no último dia 27.

99º óbito: Homem de 43 anos, com histórico de hipertensão e diabetes. Admitido em Unidade de saúde de Salvador em 23 de abril, vindo a óbito no último dia 25.

100º óbito: Mulher de 55 anos, com histórico de hipertensão e Câncer do Colo do Útero. O óbito foi registrado no último dia 23.

Medo de contágio esvazia setores de hospitais e laboratórios privados


Foto de Diego Vara.

Enquanto os números de casos e de mortes causadas pelo novo coronavírus não param de aumentar, hospitais particulares, laboratórios e clínicas de diagnóstico por imagem enfrentam um paradoxo: pacientes com outras doenças estão deixando de buscar atendimento por medo da covid-19. A situação, segundo entidades que representam os estabelecimentos, ameaça o equilíbrio financeiro do setor de saúde suplementar.

Segundo a Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp), o número de exames realizados caiu cerca de 80% desde que o novo coronavírus começou a se espalhar pelo país, entre o fim de fevereiro e o início de março. As cirurgias caíram pela metade. De acordo com o diretor executivo da entidade, Marco Aurélio Ferreira, a realização de procedimentos cirúrgicos corresponde a quase 50% do faturamento dos hospitais particulares.

A Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed) informou que as clínicas de diagnóstico por imagem registraram queda na procura de 70%, em média. Nos laboratórios clínicos, o atendimento caiu, em média, 60% se comparado ao movimento do mesmo período de 2019.

“É uma queda expressiva e generalizada. Há laboratórios operando com apenas 20% de sua capacidade”, disse à Agência Brasil a diretora executiva da Abramed, Priscilla Franklin Martins. “A associação vem conversando com o Ministério da Economia, buscando alternativas como uma linha de crédito do BNDES [Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social], que possa aliviar os empresários que precisam encontrar meios para manter seu quadro de funcionários e arcar com os custos fixos. Até porque, na hora em que esta pandemia passar, a demanda represada virá e precisaremos de capacidade para atendê-la”, disse a executiva.

Além do apoio financeiro do banco público, a Anahp e a Abramed defendem que a população seja informada sobre a importância de não interromper tratamentos continuados, bem como da “segurança” de se submeter aos chamados procedimentos eletivos (considerados menos urgentes) e a exames clínicos. De acordo com Ferreira e com Priscilla, o objetivo é garantir não só a saúde financeira dos estabelecimentos particulares, mas também evitar que os pacientes interrompam ou adiem o início de tratamentos.

“Pedimos muito à ANS [Agência Nacional de Saúde Suplementar] que flexibilizasse um pouco sua orientação inicial sobre as cirurgias eletivas porque os hospitais estavam se esvaziando. Na última semana, a agência divulgou nota estimulando as pessoas a cuidarem da saúde, recomendando que os pacientes não interrompam os tratamentos. Desde então, já pudemos sentir certo aquecimento no movimento”, comentou Ferreira, referindo-se a um comunicado que a autarquia divulgou.

Na nota, a ANS alerta sobre o risco da interrupção de tratamentos continuados e sobre a obrigatoriedade do pronto atendimento em casos urgentes. A agência também esclarece que, apesar da pandemia e das orientações de distanciamento social, jamais recomendou a suspensão ou proibiu a realização de internações e cirurgias eletivas.

“Acreditamos que chegamos a um bom ponto”, disse Ferreira. “Agora, estamos trabalhando nestas três frentes: a retomada dos procedimentos eletivos, a continuidade do diálogo com as operadoras de planos de saúde – às quais pedimos que mantenham seus pagamentos em dia – e a busca da abertura de linhas de crédito do BNDES”.

MEDO

O diretor da Associação Médica Brasileira (AMB), José Bonamigo, disse que muitos pacientes adiaram não só os atendimentos mais simples, mas também os de maior complexidade – o que, segundo ele, deixou ociosos alguns serviços médicos não voltados ao atendimento de pessoas com síndromes respiratórias – inclusive em algumas unidades públicas.

“Há muitos hospitais e clínicas de medicina diagnóstica particulares querendo desesperadamente retomar suas atividades porque estão enfrentando dificuldades financeiras devido à redução expressiva do número de atendimentos. Temos notícias de que, em São Paulo, alguns hospitais reduziram a carga horária de alguns profissionais. E até mesmo de alguns casos de demissões – o que parece surpreendente considerando o momento”, afirmou Bonamigo.

Marco Aurélio Ferreira, da Anahp, diz não ter conhecimento de demissões em hospitais particulares. “Estamos vendo muitos hospitais privados contratando profissionais para o lugar daqueles que foram atingidos pelo novo coronavírus. Hoje, cerca de 3% dos nossos profissionais [que atendem a pessoas infectadas pelo novo coronavírus ou suspeitas de terem contraído a covid-19] estão afastados por causa da doença ou da suspeita de estarem doentes. A respeito de demissões em outros setores [cujos médicos não atendem aos infectados], não tenho informação”.

O diretor do Sindicato dos Médicos de São Paulo (Simesp), Gerson Salvador, confirma as demissões, embora afirme que a entidade não tem números. De acordo com Salvador, os maiores prejudicados foram os profissionais que atuam com procedimentos eletivos, entre eles anestesistas – informação mencionada também por Bonamigo, da AMB. “Um absurdo, pois ninguém tem tanta habilidade ao entubar um paciente quanto esses médicos, que podem vir a ser fundamentais na linha de frente do tratamento de pessoas com a covid-19”, diz Salvador.

INTERRUPÇÃO

Vários dos entrevistados mencionaram o receio de que, ao evitar hospitais e laboratórios clínicos, muitas pessoas interrompam tratamentos ou adiem o diagnósticos de doenças, retardando, desnecessariamente, o início da terapia.

“As pessoas estão com medo de ir aos laboratórios. O que é preocupante”, disse Priscilla. “Os pacientes estão receosos de buscar atendimento para outras doenças, o que pode resultar em agravos à saúde. Temos observado pessoas com quadros preocupantes, como dor torácica ou sintomas neurológicos, retardando a ida ao hospital por medo de se contaminar”, reforçou Bonamigo.

Para Daniel Knupp, da Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC), a situação é preocupante. “As pessoas não podem deixar de fazer algumas consultas e procedimentos, caso contrário as consequências podem ser piores. Mas é bom lembrar que em momento algum houve orientação para que esses atendimentos fossem interrompidos. A recomendação foi para que fossem adiadas as cirurgias eletivas, como, por exemplo, uma cirurgia plástica.

Quem tem uma insuficiência renal, disse Knupp, não pode ficar sem controlá-la. “Quem tem um câncer não pode deixar o tratamento de lado. Há pacientes com transtornos de ansiedade que vão precisar aumentar a dose de medicamentos por causa de toda esta situação; pacientes com hipertensão…enfim, a dificuldade, muitas vezes, está nos serviços conseguirem se organizar para atender às pessoas com síndromes respiratórias ou com suspeita de coronavírus, ao mesmo tempo em que oferecem assistência às demais”.

Para Salvador, do Simesp, compete ao Estado estabelecer diretrizes e “organizar” a oferta, levando em conta a demanda pelos serviços de saúde.

“Estamos vendo uma parte do sistema de saúde sobrecarregada e outra parte ociosa, o país precisando de leitos hospitalares e de mão de obra qualificada. Então, cabe ao Estado assumir a gestão e distribuir esses recursos de maneira igualitária para que um paciente que precise de um leito, por qualquer motivo, seja atendido, independentemente se no sistema público ou no privado. O que não podemos é ter gente morrendo por falta de leitos enquanto há setores ociosos em hospitais e médicos sendo demitidos”, disse Salvador, manifestando o receio de que, a título de socorrer hospitais e laboratórios privados, pessoas sejam incentivadas a procurar ajuda, mesmo em casos que podem ser adiados sem maiores riscos.

“É preciso cuidado para que um estímulo à retomada de procedimentos eletivos não represente apenas a preocupação com os lucros imediatos. Por isso, a meu ver, o melhor, por ora, é que os recursos privados estejam à disposição do SUS [Sistema Único de Saúde], com os estabelecimentos privados sendo devidamente remunerados por isso”, propôs Salvador.

A Anahp minimiza os riscos. “Há, nos hospitais, estruturas diferenciadas, preparadas para atender os casos da covid-19 e outras estruturas separadas, nas quais são tomados todos os cuidados necessários ao atendimento dos outros pacientes. Os hospitais estão preparados e têm dado provas disso. É preciso levar em conta a realidade local. Se houver mais casos da covid-19, é óbvio que todos os demais serviços devem ser paralisados. Caso contrário, vamos atender aos outros pacientes”.

Ministério da Saúde

Consultado, o Ministério da Saúde informou que, “devido ao momento de emergência em saúde pública, tem orientado os gestores, por meio de notas técnicas, a manter os atendimentos essenciais, suspendendo ou adiando aqueles procedimentos eletivos que não necessitam de urgência para realização”. O objetivo, segundo a pasta, “é desafogar os leitos para casos graves da covid-19 e as demais situações emergenciais do sistema de saúde”.

“Além disso, o acompanhamento de pacientes de outras doenças pode ser mantido por meio de outras alternativas”, sustenta o ministério, sem fazer distinção entre serviços públicos e privados. “Os gestores locais podem optar por iniciativas como a telemedicina, visitas domiciliares, fazer busca ativa de pacientes que necessitam ter suas doenças controladas, atendimento em áreas separadas dos casos da covid-19, entre outras, de acordo com a realidade local e com as medidas de precaução adequadas”.

Por Alex Rodrigues – Repórter da Agência Brasil – Brasília.

Brasil contabiliza 71 mil infectados, 5 mil mortes e 32 mil recuperados do Covid-19


O Brasil bateu novo recorde de mortes em um dia em razão da pandemia do novo coronavírus, com 474. Segundo atualização do Ministério da Saúde divulgada nesta terça-feira (28), o total subiu para 5.017, aumento de 10,4%. O acréscimo mais alto até então havia sido na quinta-feira (23), quando foram contabilizados 407.

O Brasil chegou a 71.886 pessoas infectadas. Nas últimas 24 horas foram adicionadas às estatísticas mais 5.385 casos, aumento de 8,1% em relação a ontem, quando foram registrados 66.501 mil pessoas nessa condição. Foi o segundo maior número em um dia, perdendo apenas para o sábado (25), quando foram acrescidos 5.514 novos casos ao balanço.

De acordo com o Ministério da Saúde, deste total, 34.325 estão em acompanhamento (48%) e 32.544 já foram recuperados, deixando de apresentar os sintomas da doença. Ainda são investigados 1.156 mortes.

São Paulo se mantém como epicentro da pandemia no país, concentrando o maior número de falecimentos (2.049). O estado é seguido pelo Rio de Janeiro (738), Pernambuco (508), Ceará (403) e Amazonas (351).

Além disso, foram registradas mortes no Maranhão (145), Pará (129), Bahia (86), Paraná (77), Minas Gerais (71), Espírito Santo (64), Paraíba (53), Rio Grande do Norte (48), Rio Grande do Sul (45), Santa Catarina (44), Alagoas (36), Distrito Federal (28), Amapá (28), Goiás (27), Piauí (21), Acre (16), Sergipe (11), Mato Grosso (11), Rondônia (11), Mato Grosso do Sul (nove), Roraima (seis) e Tocantins (dois).

Hoje a equipe do Ministério da Saúde não concede a habitual entrevista coletiva na qual apresenta as análises dos dados e comenta as medidas adotadas para conter a propagação do novo coronavírus no país.

A disputa política pela vice de Marão


Por Jamesson Araújo.

Fotomontagem Blog Agravo.

Apesar das convenções municipais estarem longe e o atual momento ser delicado por conta da pandemia, partidos da base do prefeito Mário Alexandre, estão se movimentando para indicar o vice na chapa para a eleição de 5 de outubro deste ano.

Depois do PSB, agora chegou a vez do PSL colocar um nome na sugestão de vice, com direito ao apadrinhamento da deputada federal e líder do partido da Bahia, Dayane Pimentel. O nome escolhido pelo PSL, é o da advogada Rúbia Carvalho.

Nos bastidores dos assessores do prefeito, o nome de Rúbia é bem avaliada, goza de prestígio e boa aceitação junto à população e ao prefeito. Mas dificilmente o PSL vai indicar o vice, por estar na oposição ao governador Rui Costa (PT).

Segundo assessores do prefeito, o  vice vai sair  de um partido de esquerda, que esteja tanto na base municipal como também na base estadual e em total sintonia com o governador.

Há pelo menos um mês, o prefeito Mário Alexandre falou ao Blog Agravo que o governador Rui Costa (PT) irá indicar seu vice. Esse é o compromisso selado entre os dois.

O único partido de esquerda, que se encaixa nesses quesitos no momento, é o PSB do ex- deputado Bebeto Galvão. Curiosamente, um dos nomes mais fortes para a vice de Mário, o advogado Marcos Flávio,  saiu do PSDB para o PSB e se coloca como uma opção.

Dentro do PSB, o nome de Marcos Flávio não é unanimidade, já que é considerado da cozinha do prefeito. O partido tem nomes de filiados antigos como opção;  o advogado Edson Silva, do ex-vereador Jailson Nascimento, além do presidente da sigla Diego Messias.

“Quem tem que indicar é o PSB e não Mário colocar um nome dentro do partido, e ele mesmo escolher o nome”, colocou um membro do PSB em conversa com o Blog Agravo.

Se Marcos Flávio não é unanimidade dentro do PSB, no grupo do prefeito o nome é o que mais agrada. Não só ao grupo, mas também ao prefeito Mário Alexandre.

Mas temos que invocar a famosa frase de Magalhães Pinto, “Política é como nuvem. Você olha e ela esta de um jeito. Olha de novo e ela já mudou”.