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Demora do governo baiano em aderir a programa federal prejudica baianos
A luta contra o avanço do crack e da cocaína é um dos maiores desafios que a sociedade e os gestores públicos federal, estadual e municipal precisam vencer. Uma pesquisa realizada pelo Instituto Nacional de Pesquisa de Políticas Públicas do Álcool e Outras Drogas (Inpad), da Universidade Federal de São Paulo, divulgada em setembro, revelou que 2,6 milhões de brasileiros já fumaram crack, pelo menos uma vez, e que o Brasil é líder mundial no uso dessa substância ilícita.
Para mudar essa situação, o governo federal lançou, em novembro passado, o programa Crack, é possível vencer, que investirá R$ 4 bilhões até 2014 em medidas de orientação à população, capacitação de profissionais, aumento de vagas em centros de tratamento e atenção aos usuários e no enfrentamento ao tráfico de drogas.
Em parceria com estados, municípios e a sociedade, ele atua em três grandes frentes: prevenção, cuidado e segurança. Em quase um ano de funcionamento, Pernambuco, Alagoas, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Acre, Santa Catarina, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Piauí, Ceará e Paraná – já se beneficiaram com as ações do programa. Também nessa área, a Bahia não está sendo beneficiada, apesar do alinhamento nas esferas estadual e federal.
Aqui, o governo estadual, como de costume, leva um tempo absurdo para conseguir aderir ao programa e faz com que milhares de dependentes e familiares sejam prejudicados. Em abril, o ministro da Justiça e técnicos do governo federal estiveram reunidos com o governador e representantes da Prefeitura de Salvador para assinar o pacto de cooperação. Mas, de lá para cá, não se sabe por quê, o acordo não foi selado e a Bahia continua de fora do programa e, o mais grave, sem uma política pública estadual eficiente para lidar com o problema das drogas. Agora, o que a Bahia precisa é de menos investimentos em propaganda de obras que nem existem mais e campanhas de conscientização e mobilização da população.
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