Por Gustavo Kruschewsky
“O futebol é uma caixinha de surpresas”. Este jargão foi criado pelo comentarista Benjamim Wright, pai do conhecido árbitro José Roberto Wright. O escritor Flávio Carneiro, autor do livro intitulado “Passe de letra – futebol e literatura, alude às citadas expressões”. Uma resenha deste livro conclui que: “Se o futebol é uma caixinha de surpresas, o mesmo pode ser dito da literatura. Afinal, quando o autor envolve seu leitor, é como se fizesse um passe bem feito, cruzasse o campo e finalizasse em gol, correndo para o abraço da torcida. E não poderia ser chamado de poesia pura o que jogadores como Garrincha faziam em campo, encantando multidões com magia e simplicidade? Para o escritor e torcedor Flávio Carneiro, essas duas paixões – a bola e as letras – têm mais em comum do que se imagina”.
Tanto na leitura de um romance quanto assistindo a um jogo de futebol, a imaginação do leitor ou do torcedor fica adstrita ao que poderá acontecer no final. É preciso entender que ambas as habilidades – literatura e futebol – são frutos da arte, no sentido da capacidade que tem o ser humano – escritor ou atleta – de por em prática uma ideia, com a cabeça, com os pés ou usando a mão – escrevendo – valendo-se da faculdade de dominar a matéria. Às vezes nem os próprios atores – escritor e atleta – sabem ao certo como será o final da sua obra.
Por falar em arte, o esquema tático de certas equipes – mormente no Brasil – não deve prescindir de inserir o goleiro na sua formação! Esquema tático é a forma de um treinador escalar sua equipe dentro de campo. Alguns esquemas táticos conhecidos são: 4-3-3; 4-4-2; 5-41; 1-1-8; 1-2-7; 2-2-6; 2-3-5 ou pirâmide, 3-3-1, etc. A FIFA reconhece apenas 1-1-8; WM; 4-2-4; 4-3-3; 4-4-2; 3-5-2. Somando-se dão apenas dez jogadores. Uma equipe de futebol em campo tem onze jogadores, incluído o goleiro que pode fazer parte efetivamente do esquema tático considerando que às vezes, além de fazer milagres debaixo dos três paus que é a sua função histórica, bate falta taticamente e chuta pênalti que pode ser convertido em gol e decide a partida, troca passes, repõe a bola em jogo e alivia o sufoco dos seus companheiros de campo que vez por outra atrasam a bola em direção à sua própria meta, pelo fato de serem pressionados pelos jogadores adversários. Nas equipes que têm goleiros dotados também de mais esses predicados “artísticos”, os esquemas táticos deveriam ser assim: 5/3/3; 5/4/2; 6/4/1, etc.
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