POR ARIEL FIGUEROA
A principal função de um ente governamental de turismo e à promoção turística. Sensibilizar e seduzir um cliente cada vez mais bombardeado com informações de todos os lados. O turista é alvo de todos os estados e todos os países. A Bahiatursa não age assim. A Bahiatursa perdeu o rumo.
A atual gestão entrou num momento crítico, a uma semana do Salão de Turismo da Bahia, onde vários desencontros foram detetados porém relevados. Imaginamos que devido a falta de conhecimento do setor os rumos ainda iriam se encaminhar para os interesses comuns, ou seja, uma Bahia cada vez mais forte no turismo, setor que tem um poder de distribuir emprego e renda como nenhum outro e com o investimento mais baixo que o setor do comércio e da indústria.
Vieram duas “cortinas de fumaça”, São João e Copa Fifa, onde parece que a Bahiatursa se perdeu, todos esperávamos que já com tempo suficiente de casa fossem retomados os investimentos em promoção turística. Ledo engano, agora que as cortinas de fumaça se esvaíram e aparece o trabalho a olhos vistos, o que aparece e o não trabalho, ausência da Bahiatursa em eventos importantes é imperdoável.
No final de Julho aconteceu o Workshop Visual no Comandatuba, estivemos cobrindo o evento, para nossa surpresa encontramos as equipes de Pernambuco, Sergipe, Alagoas, Maranhão, Ceará e nada de Bahia. Evento importante ocorrendo na Bahia e a Bahiatursa não estava lá? Inadmissível. Não estou falando de um evento em Porto Alegre ou Manaus, estou falando do município de Una. Hoje começou a Feira da Avirrp em Ribeirão Preto-SP. Bahiatursa não vai estar presente. O mais importante evento do interior mais rico do Brasil, onde existe um público disputado aos tapas pelos estados, municípios e hotéis, simplesmente a Bahiatursa não está lá. A Bahiatursa perdeu o rumo, perdeu o sentido de sua existência. Se a Bahiatursa for para fazer festinhas juninas para agradar prefeitos, se for isso, e melhor fechar as portas, acredito que a Secretaria de Cultura pode fazer melhor.
Acompanho a Bahiatursa e suas idas e vindas ao longo dos últimos 30 anos, já vi muitos erros e acertos. mas algumas ponderações gostaria de acrescentar, sempre se conheceram os principais diretores, gerentes, coordenadores, hoje é um mistério guardado a sete chaves, e olhem quando a imprensa não conhece, ninguém conhece. O último índice de ocupação hoteleira apresentado (Julho 2014) causa pânico em hoteleiros e investidores: segundo a FeBHA 55,45% e segundo a Abih 52,61%. Indices baixíssimos para a capital baiana. A falta de trabalho na promoção do Destino Bahia já aponta para um verão de penúrias. Este será o legado? Como falei, já vi vários erros acontecerem nas estratégias da Bahiatursa, más, sempre duas atitudes marcaram as gestões: carinho e respeito pela Bahia.
Isto é o mínimo que se pode exigir da atual gestão da Bahiatursa, carinho e respeito pela Bahia.
Ariel Figueroa é editor do site Coluna de Turismo.