A Polícia Federal deflagrou na manhã de hoje (16) a Operação Carga Pesada com o objetivo de desarticular uma organização criminosa que agia dentro de uma cooperativa de caminhoneiros desviando cargas de navios do interior do Porto de Aratu, localizado em Candeias, a 50km de Salvador.
Aproximadamente 200 policiais federais cumpriram 53 mandados judiciais, dentre eles 24 de prisão, duas conduções coercitivas e 27 de busca e apreensão na Bahia e Minas Gerais.
As investigações começaram a partir de duas apreensões de caminhões realizadas pela polícia em Minas Gerais e São Paulo. Os policiais identificaram um desvio de R$ 100 milhões em mercadorias, nos últimos dez anos. O objeto do furto consistia, principalmente, em fertilizantes e concentrado de cobre.
O primeiro escalão da organização criminosa era composto pelos diretores da cooperativa, que organizava o carregamento de caminhões e o transporte de todas as mercadorias do Porto de Aratu para unidades produtoras e consumidores em diversas regiões do País. A organização criminosa contava com o auxílio de guardas e empregados das empresas furtadas, agentes da empresa de segurança patrimonial, motoristas e policiais reformados.
A quadrilha envolvia, além do roubo das cargas, a prática de extorsão e intimidação de testemunhas. Durante o ano em que ocorreram as investigações, a Polícia Federal identificou três homicídios e três tentativas de homicídio praticados por integrantes da organização com a finalidade de silenciar testemunhas e garantir a continuidade dos crimes.
Os envolvidos responderão por furto qualificado, participação em organização criminosa, falsidade ideológica, corrupção ativa, corrupção passiva, coação no curso do processo e homicídios de testemunhas.
CODEBA
Em nota encaminhada aos meios de comunicação, a COMPANHIA DAS DOCAS DO ESTADO DA BAHIA (CODEBA) , disse que desde o início das investigações, tem colaborado irrestritamente com a Polícia Federal, para desvendar os autores da ação criminosa de desvio de cargas que vinha ocorrendo no Porto de Aratu-Candeias.
Continuando nota, a empresa se colocou como a principal interessada no desvendamento dessa ação criminosa, por entender que os seus autores, além dos crimes contra o patrimônio e os homicídios de que são acusados, ao colocarem em risco a segurança do Porto de Aratu-Candeias, atentaram também contra a estabilidade da economia do Estado, já que o porto atende aos principais complexos industriais baianos que isoladamente respondem por mais de 40% do PIB estadual