Autor: Jamesson Araujo

DO A TARDE

No seu primeiro discurso no Parlamento, o deputado Uziel Bueno (PTN), denunciou o prejuízo ao erário provocado pela compra em 2008, pelo governo estadual de 20 contêineres, por R$ 1,3 milhão, que estão abandonados, sem uso no Complexo Penitenciário da Mata Escura.

Munido de fotos, o deputado reclamou que os equipamentos estão “jogados e enferrujados atrás da Lemos Brito. Dinheiro do povo, jogado no lixo”. Ele prometeu acionar o Ministério Público e solicitar explicações à Secretaria da Segurança sobre o caso.

O líder do governo, deputado Zé Neto (PT) classificou a denúncia de “tormento requentado”, alegando que o governo “já sofreu com o caso no passado e que as explicações serão dadas, se solicitadas oficialmente pelo parlamentar. Alegou que o novato Uziel está “esquentando as turbinas, mas não deve cair no denuncismo como agem alguns integrantes da oposição”.

Denuncismo – Pelas contas da Secretaria da Segurança Pública do Estado (SSP-BA), o número de contêineres é maior, 24, e quase todos estão sendo utilizados: 11 estão no Centro de Operações Policiais para treinamento, três no 5° Batalhão da PM, dois no Batalhão de Guarda, um no Corpo de Bombeiros, três na Secretaria de Agricultura e quatro à disposição da Secretaria de Justiça.

Os contêineres foram adquiridos na gestão do ex-secretário da Segurança Paulo Bezerra e usados para presos provisórios durante o Carnaval. O equipamento se mostrou ineficiente. Cinco presos fugiram. Os que ficaram, queimaram o interior de 16 dos 20 contêineres.

Além de calçadas totalmente irregulares, inadequadas para o trânsito de cadeirantes e pessoas portadoras de dificuldades de locomoção, muitos espaços públicos seguem no mesmo ritmo.

Exemplos não faltam, mas citaremos dois em especial: O teatro e a câmara de vereadores.

Um cadeirante, por exemplo, que queira desfrutar de uma apresentação artística no citado teatro, passará por maus bocados. A não ser que ele seja carregado, com certeza não terá acesso ao espaço destinado ao público, onde só é possível chegar via uma escada de dois vãos.

E na câmara? Pois bem, lá, desde o ano passado o elevador que dá acesso à plenária está quebrado. Ontem, durante a abertura oficial dos trabalhos, um jovem cadeirante teve que ser carregado para poder assistir a sessão.

Uma tripudiação ao direito de ir e vir do cidadão. Um péssimo exemplo para uma casa que deveria ser exemplo no quesito fiscalização de tal questão. Uma vergonha.

Quem por ventura resolver “dar uma banda” lá pelos lados do fórum Epaminondas Berbert de Castro em Ilhéus, ainda na madrugada, poderá se surpreender com uma cena, digamos, inusitada.

Pessoas, entre elas muitos idosos, esperando em fila no local.

O motivo? Por mais absurdo que pareça, pegar uma senha, para aventurar ser atendido no cartório. Pois, diga-se de passagem, há grandes chances da pessoa não conseguir atendimento, mesmo com a senha em mãos.

Vale lembrar que no ano passado, mais precisamente em 30 de agosto, a Assembleia Legislativa da Bahia aprovou por unanimidade a lei que determina a privatização dos cartórios extrajudiciais em todo o estado.

O objetivo de tal lei foi fazer com que a situação dos cartórios, leia-se falta de funcionários, péssimo atendimento, filas para senhas e alto custo de alguns serviços prestados, enfim mude.

Mesmo com a lei, o cartório de Ilhéus segue sob a gestão do estado. Já em Itabuna, devidamente privatizado, a situação é totalmente diferente, o atendimento é rápido, as acomodações são confortáveis e muitos ilheenses preferem se deslocar até a cidade vizinha para ser atendido.

Segundo informações, o cartório de Ilhéus ainda não foi privatizado porque ninguém se interessou.

Enquanto isso os ilheenses seguem como vítimas de um serviço notadamente de qualidade questionável.

Até quando?