Um homem, com mandado de prisão em aberto pelos homicídios de duas lideranças de um grupo criminoso com atuação internacional no tráfico de drogas, foi preso na manhã desta quinta-feira (2), em um hotel de luxo localizado no município de Itacaré, por policiais do Departamento de Crimes Contra o Patrimônio (DCCP), através da Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos (DRFRV) e com o apoio da 7ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (Coorpin/Ilhéus).
Os policiais se deslocaram até o município, com o apoio da 7ªCoorpin/Ilhéus, e conseguiram cumprir o mandado de prisão. O homem está sendo encaminhado para a sede da Coordenação de Polícia Interestadual (Polinter), de onde será recambiado para o estado de São Paulo. A Polícia Não divulgou o nome do preso.
Segundo informações colhidas pelo Agravo, o suspeito é acusado de participar dos homicídios de Anselmo Becheli Santa Fausta, 38, Cara Preta, narcotraficante do PCC (Primeiro Comando da Capital), e do motorista dele, Antônio Corona Neto, 33, o Sem Sangue.
“Recebemos informações da Polícia Civil de São Paulo que o empresário investigado pelos assassinatos de Anselmo Becheli Santa Fausta e Antônio Corona Neto, em 2021, na zona leste paulista, estaria em Salvador. Aprofundamos a investigação e descobrimos que ele estava hospedado em um hotel de luxo, no município de Itacaré”, relatou o titular da DRFRV, delegado Maurício Moradillo.
Cara Preta e Sem Sangue foram assassinados a tiros no dia 27 de dezembro de 2021, na rua Armindo Guaraná, 110, no Tatuapé, zona leste de São Paulo. O autor dos disparos, Noé Alves Schaun, 42, foi morto na mesma região pelo “tribunal do crime” do PCC em 16 de janeiro deste ano. Ele teve a cabeça decepada.
Narcotraficante do PCC
Policiais envolvidos na repressão ao crime organizado suspeitam que os dois tenham sido assassinados pelo Primeiro Comando da Capital (PCC) em um acerto de contas que pode iniciar uma nova guerra pelo poder dentro do crime organizado. Cara Preta era ligado a Emivaldo da Silva Santos, conhecido como BH, que havia recebido a tarefa de resgatar Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, da prisão, mas não cumpriu a ordem. Marcola atualmente está em um presídio federal em Brasilia.
Segundo as investigações, Cara Preta era “muito respeitado na facção”. “Ele vivia nas sombras. Uma pessoa discreta e respeitada por Marcola. Há uma suspeita de que seja uma disputa interna pelo poder, pois o BH, que é ligado a ele, era também ligado ao Rogério Jeremias de Simone, o Gegê do Mangue”, afirmou o promotor Lincoln Gakiya. Gegê do Mangue foi morto em 2018, no Ceará, em uma disputa pelo controle do setor mais lucrativo do PCC, o Tomate, como é chamado o tráfico internacional de drogas.