Sarampo pode cegar o bebê durante a gravidez, alerta oftalmologista


Mulheres grávidas devem ficar alertas com o surto de sarampo registrado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelos órgãos da área. A infecção viral pode passar da placenta para o bebê e causar graves consequências para a visão, podendo levar à cegueira.

O alerta é do médico da clínica ProVer Oftalmologia, Bruno Meireles. “Em casos de transmissão fetal do vírus, principalmente no primeiro trimestre da gestação, em que a formação dos tecidos do corpo, órgãos e sistema neurológico estão em um momento crucial do desenvolvimento, podem haver doenças oftalmológicas graves, como catarata congênita, que é uma importante causa de cegueira infantil”, afirma.

O especialista completa que, atualmente, a única forma de prevenção do sarampo é a vacina e as mulheres em idade fértil devem se imunizar. “Assim, é possível evitar consequências graves para os bebês, caso ocorra a gravidez”, acrescenta.

Dados da OMS mostram que o número de infecções pelo vírus do sarampo quase triplicou em 2019 em todo o mundo. No Brasil, já são mais de 1.300 casos até agora e a Bahia configura entre os estados com surto ativo da doença, ou seja, com crescimento do número de casos confirmados. Foram mais de 190 casos notificados neste ano, no estado.

O surto levou o Governo Federal a liberar 16 milhões de doses da vacina tríplice viral, que protege contra o sarampo, caxumba e rubéola. A população deve procurar as unidades básicas de saúde para participar da campanha de imunização.

Doença contagiosa

O sarampo é uma doença infecciosa altamente contagiosa, transmitida por via respiratória. Seu período de incubação, aquele em que a pessoa não apresenta sinais nem sintomas, é de cerca de dez dias. Uma pessoa infectada pode transmitir o vírus mesmo antes do aparecimento das manchas vermelhas, o sintoma mais visível.

O período de transmissão é de quatro a seis dias antes do aparecimento das manchas vermelhas, e até quatro dias depois de elas terem sumido. Após o diagnóstico, a vítima deve ficar isolada por pelo menos quatro dias, pois pode transmitir a doença para outras 18 pessoas, em média.

No quadro clássico, o sarampo causa febre, tosse, coriza e conjuntivite, além das manchas vermelhas no corpo. Mas pode causar, ainda, otite e complicações mais graves, como pneumonia e manifestações neurológicas como encefalite. Segundo especialistas, não é “uma simples virose”, e a vacinação é a forma mais eficaz de prevenção da doença.