Do Jornal A Região
Depois de 21 anos de espera, o acusado de participar do assassinato do jornalista Manoel Leal, em 1998, Marcone Sarmento, vai a juri nesta quarta-feira, 22. Apesar de intimado, ele faltou a dois juris marcados em novembro e março. Desta vez, o julgamento vai ocorrer com ou sem sua presença.
O promotor Cássio Marcelo de Melo declarou à jornalista Natália Silva, da Abraji, Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo, que o juri deve ocorrer mesmo sem a presença do réu, intimado por edital pela juĩza Gelzi Maria Almeida Souza.
O filho de Leal, Marcel, explica que é importante o juri ser longe de Itabuna, onde a influência do prefeito Fernando Gomes e da secretária municipal Maria Alice Araújo, protetores do réu, ainda é grande. “Na época do primeiro juri a influência deles foi decisiva para a absolvição absurda, contra todas as provas”.
Marcel observa que não basta condenar Marcone Sarmento. “Se ele for condenado e cumprir a pena em Itabuna ou Ilhéus, será inútil. Quando esteve preso na região, contou com todas as regalias possíveis e chegava a abrir o portão para receber mercadorias. Ele precisa cumprir a pena em Salvador”.
“Só assim vai existir a chance de ele entregar os mandantes do crime, que são óbvios pela ligação com os executores e pelo impacto das matérias do jornal contra eles,” diz Marcel.
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