Caminhoneiros têm chamado colegas para um novo protesto a poucos quilômetros do Palácio do Planalto. Wallace Landim, conhecido como “Chorão”, é o líder e promete parar o Brasil caso o governo não o receba para debater uma pauta ampla e genérica: menos impostos e combustíveis mais baratos. “Como o governo vai fazer isso? Não sei”. Nas redes sociais, mensagens sugerem que já há dezenas de caminhões à espera do ato marcado para o domingo. Não é bem assim. Na sexta-feira à noite, só quatro veículos estavam lá e a pauta era ainda mais, digamos, dispersa.
A ressaca gerada pela paralisação dos caminhoneiros nem acabou e uma parte dos motoristas tenta retomar a paralisação. “Desengate seu cavalinho e vamos para Brasília!”, conclama Chorão em um vídeo que circulou freneticamente pelas redes sociais nas últimas horas. A ideia é reunir caminhoneiros em frente ao estádio Mané Garrincha no domingo.
A Polícia Rodoviária Federal diz que não foi identificado movimento atípico de caminhões rumo a Brasília. No Palácio do Planalto, o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, disse que órgãos de inteligência estão monitorando o tema.
Toda essa mobilização tem sido liderada por um nome que pode ser considerado dissidente da dissidência. “Chorão” era um coordenador informal de um dos bloqueios em Catalão (GO). Quando protestos ganharam os telejornais, foi até Brasília e se aproximou das entidades de caminhoneiros reconhecidas pelo governo. Foi assim que participou da primeira reunião do setor com o governo na Casa Civil. Mas, sem representar uma entidade, foi excluído dos encontros seguintes e disparou contra os que negociavam: “são uns vendidos”.
Se uniu, então, a outros insatisfeitos, inclusive nomes que não são das estradas. Assim, políticos e advogados passaram a acompanhar Chorão nos vídeos que circulam no WhatsApp. O acordo final no domingo passado gerou um novo racha e, após acusações mútuas, o caminhoneiro passou a caminhar sozinho. Agora, diz que 50 mil caminhões o acompanharão até Brasília. Por enquanto, só os quatro chegaram. Faltam, portanto, outros 49.996.
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