Avaliado positivamente por técnicos e agricultores familiares do Território do Baixo Sul e Vale do Jiquiriçá, o programa de sistemas agroflorestais da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac) está sendo expandido agora para outras regiões. Depois de implantado, recentemente, no Território Médio Rio das Contas, o objetivo é chegar ao Território Litoral Sul, a partir do município de Uruçuca. Nesse sentido, na sexta-feira (8), foi realizado um primeiro encontro de agricultores familiares, organizados em associações, com a Ceplac e o Banco do Brasil, intermediado pela prefeitura de Uruçuca.
O objetivo do evento foi apresentar aos produtores os benefícios dos sistemas agroflorestais (SAFs), que permite o uso otimizado do espaço rural, preservando o meio ambiente e gerando renda para as famílias. O modelo apresentado em Uruçuca foi o do cacau consorciado com a seringa, banana e cultivos alimentares. Esse modelo, nas regiões onde já foi implantado, tem respondido plenamente em termos de produção e produtividade e garantido retorno aos investimentos.
“Temos muitos casos em que os produtores, apenas com a renda gerada pelo primeiro cultivo, no caso a banana da terra, em Valença, já conseguiram pagar todo o financiamento e ainda sobrou dinheiro para a sua subsistência. Com a sequência da produção, ele vai poder tirar de lucro tudo o que vier a ser colhido de cacau e da seringa, que são culturas perenes. Enquanto isso, pode ir cultivando a banana e outras fontes de alimento e renda”, explicou o pesquisador da Ceplac Raimundo Bonadie.
O pesquisador explanou sobre as vantagens, inclusive ambientais, dos sistemas agroflorestais, a exemplo da recuperação de solo em áreas degradadas, como pastagens abandonadas, e mostrou como cada produtor pode tirar proveito do sistema para garantir renda e qualidade de vida. “Mostramos que o sistema nada tem de complicado e que, se seguido atentando às recomendações da Ceplac, o sucesso é garantido. Ele se adapta aos diversos aspectos do relevo regional, podendo ser implantado em terrenos planos ou morros, observando algumas recomendações, sem a perda da produtividade”, ensinou Bonadie.
Após a apresentação da Ceplac, o Banco do Brasil explanou sobre as linhas de crédito que podem ser acessadas para o financiamento dos SAFs. A gerente do BB em Uruçuca, Samanta Buscarioli, ressaltou a implantação, no município, do projeto Desenvolvimento Rural Sustentável (DRS), que vai contemplar a implantação dos SAFs nas regiões, a partir da condição de acesso ao crédito de cada produtor. A gerente afirmou que nos próximos dias o banco vai iniciar o processo de levantamento cadastral dos interessados em acessar as linhas de crédito.
Geração de renda
Quem também se entusiasmou com a perspectiva de geração de renda no meio rural em Uruçuca foi a prefeita Fernanda Silva. Ela afirmou, na abertura do evento, que o programa proposto pela Ceplac se encaixa nas propostas de seu governo, de promover a igualdade social, a partir da melhor distribuição de renda e de ações que estiverem ao alcance do poder público.
“Para isso, vamos promover a melhoria das estradas rurais, além de garantir as condições para que as crianças da zona rural possam ter acesso a uma escola de qualidade, pois sabemos o que representa a educação formal como fator não só de instrução, mas de garantia de transformação da realidade social de uma comunidade. Então, queremos colocar o município à disposição da Ceplac, do Banco do Brasil e EBDA para, em parceria, desenvolvermos esse programa que vai garantir os benefícios já demonstrados em outras regiões”, observou a prefeita Fernanda Silva.
Assessoria de Comunicação da Ceplac
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