Leis punitivas para discriminação racial, sistema de cotas, maior presença em universidades e no serviço público. A população negra no Brasil, mesmo com a resistência oferecida, impôs conquistas e passou a desempenhar papéis de maior relevância, mas ainda existe um longo caminho a ser percorrido para equiparar as condições gerais, avalia o deputado federal Bebeto Galvão (PSB/BA) neste dia 20 de novembro, data que lembra a morte do líder negro Zumbi dos Palmares.
“A população brasileira hoje é composta por cerca de 55% de negros, mas só 4,7% dos afrodescendentes estão em postos de direção e 6,3% em cargos de gerência nas empresas”, afirma o deputado, com base em levantamento do Instituto Ethos e do Banco Interamericano de Desenvolvimento publicado em 2016.
Ainda no mercado de trabalho, os negros enfrentam dificuldade na progressão de carreira, na igualdade de salários e são os mais vulneráveis ao assédio moral, segundo o Ministério Público do Trabalho (MPT). “Esse cenário evidencia que os avanços impostos até aqui não foram suficientes para romper barreiras erguidas em séculos de escravidão, de segregação velada”, argumenta Bebeto.
Enquanto é minoria em postos de trabalho qualificados e nas universidades, a população negra brasileira é presença constante no noticiário policial. O Atlas da Violência 2017 aponta que, de cada 100 pessoas assassinadas no Brasil, 71 são negras. “É exatamente o inverso do que deveria ser. Temos cada vez mais negros mortos e cada vez menos negros com oportunidades de estudar, de se qualificar e conseguir uma boa qualificação no mercado, ainda mais nesse momento de severa crise econômica”, afirmou Bebeto.
Para o deputado, não há dúvidas de que há, sim, o que comemorar neste 20 de novembro, mas também é certo que os agentes públicos, privados e do terceiro setor devem levar a sério a questão da qualidade de vida, da oportunidade de estudo e trabalho visando melhorar as condições, principalmente, da nossa juventude negra”, finalizou o deputado.
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