CORREIO DA BAHIA
O promotor de Justiça Ulisses Campos, coordenador do Núcleo de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural do Ministério Público (Nudephac), recomenda que o acarajé deverá ser comercializado dentro da “Arena Fonte Nova” nos moldes em que tradicionalmente é vendido em Salvador durante a realização da Copa das Confederações e da Copa do Mundo.
O Iphan, Ministério do Esporte, à Secretaria Estadual para Assuntos da Copa (Secopa), e Secretaria de Cultura do Estado da Bahia e à Empresa de Turismo do Município de Salvador (Saltur) terão 15 dias para comunicar a orientação do Ministério Público estadual à Federação Internacional de Futebol (Fifa) no Brasil após recebida a recomendação.
A venda do quitute deve ser realizada por vendedoras e vendedores de acarajé cadastrados na Associação de Baianas de Acarajé e Mingau do Estado da Bahia, que poderão trabalhar vestidas com os trajes típicos da sua expressão cultural e religiosa, segundo a recomendação.
O promotor alerta que “por nenhuma hipótese será tolerada a comercialização do acarajé por outra forma que não a tradicional”, afastando ainda a possibilidade de “qualquer comercialização de acarajé concorrente à das baianas no estádio de futebol ou em suas cercanias, por parte de empresas, em especial empresas oriundas do capital estrangeiro”.
Os pontos de venda das baianas devem ter também as mesmas condições técnicas dos demais restaurantes localizados no estádio e no seu entorno, preservando a saúde dos transeuntes, consumidores e trabalhadores, conforme exigido pela Fifa.
De acordo com o promotor, em caso de não ser seguida a orientação, o MP buscará amparo na Justiça.
Vendas no entorno – No início de outubro, o secretário da Secopa-BA, Ney Campello, garantiu que a venda de acarajé será totalmente liberada no entorno da Arena Fonte Nova, durante os jogos da Copa do Mundo 2014 e da Copa das Confederações.
Questionado sobre a possibilidade de pontos de vendas dentro da Arena, Campello alertou que o estádio ficará a disposição da Fifa, que determinará os produtos comercializados no ambiente interno.
“Quem diz o que vende dentro da Arena é a Fifa. Agora, se ela solicitar a venda de acarajé por ser um patrimônio imaterial da Bahia, teremos o maior prazer em atendê-los, já que estamos qualificando as baianas para caso isso aconteça”, explicou na ocasião.
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