Colunista do Estadão e comentarista da Rádio Metrópole, a jornalista Eliane Cantanhêde falou em entrevista à Mário Kertész nesta quinta-feira (20), sobre a prisão do ex-presidente da Câmara dos deputados, Eduardo Cunha, na última quarta-feira (19).
Segundo Cantanhêde, a prisão de Cunha já era esperada, mas a concretização da medida assustou eleitores e políticos. “A Câmara esvaziou porque não interessava nem aos partidários do Cunha, do governo e nem da oposição discutir a prisão do Cunha. para a imagem do Congresso seria terrível, eles suspenderam rápido [a sessão que estava em curso], não queriam a lavação de roupa suja. O governo quer aprovar a PEC dos gastos na semana que vem, está empenhadíssimo”, disse.
De acordo com a comentarista, apesar da grande comemoração nas redes sociais causada pela prisão de Cunha, no âmbito político, ninguém pode comemorar a questão. “Porque PT, PCdoB e Rede, todo mundo dizendo que ele era culpado, mas a prisão do Cunha neutraliza a teses de que Moro só prende petista e empreiteiro. Ele era uma carta de ponta, frequentador do Planalto, a ordem ontem no Planalto era de silencio absoluto. Os ministros não querem levar a crise de Cunha para dentro do Planalto. Se o Cunha abrir a boca, ele conhece as entranhas do poder. O que o pessoal do governo diz é que o Temer fazia era pedir doações para candidatos do PMDB. Sabe-se lá o que ele pode contar numa delação premiada”, afirmou.
Mas a jornalista acredita que da prisão a uma possível delação premiada, ainda pode levar muito tempo. “O Marcelo Odebrecht tá preso há um ano e meio e não falou nada. A delação premiada é uma via de mão dupla, o preso tem que querer fazer e a justiça aceitar. Ele tem que contra coisas do arco da velha, coisas poderosas e importantes, isso demanda tempo. Isso demora, é uma negociação longa, tanto que o Odebrecht nem falou ainda”, completou.
*Informações do site Metro1.
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