Dirigentes das centrais sindicais do país criaram um grupo de trabalho para discutir ao longo dos próximos dias sobre a reforma da Previdência Social, pretendida pelo governo Temer. Os sindicalistas irão apresentar sugestões e entregar o documento ao presidente em exercício até o dia 30 de maio (segunda-feira). A criação do grupo foi anunciada esta semana durante reunião no Palácio do Planalto, com os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) Ronaldo Nogueira (Trabalho) e Henrique Meirelles (Fazenda) com representantes de quatro centrais sindicais: Força Sindical, União Geral dos Trabalhadores (UGT), Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB) e Nova Central. Presente na reunião e membro do grupo de trabalho recém instalado, o deputado federal e sindicalista Bebeto Galvão (PSB) explica que as centrais foram claras e enfáticas durante o encontro com o governo.
Os sindicalistas entendem a necessidade de reestruturar a Previdência, desde que não seja tirando direitos dos trabalhadores. Bebeto informa ainda que o movimento sindical discorda do “mantra” defendido pelo governo que é estabelecer uma idade mínima de aposentadoria de 65 anos. “Isso é uma panaceia. Essa questão da idade já está superada com uma aprovação recente no Congresso. Para reverter esse déficit bilionário na Previdência, o governo precisa escolher outro caminho, é isso que estamos sugerindo, como uma nova forma de arrecadação. O governo tem que cobrar percentuais mínimos do agronegócio, dos clubes de futebol, dos jogos de azar, e também rever a política de renúncia fiscal da filantropia, afinal há muitos filantrópicos que não prestam serviços sociais e só existem para enriquecer dirigentes. É preciso endurecer a fiscalização contra os sonegadores. Ou seja, há muitos caminhos para reverter o déficit, que é cobrando desse pessoal e não colocando em risco o direito do trabalhador”, argumenta Bebeto. O ministro Padilha se comprometeu a não apresentar nenhuma proposta de reforma sem dialogar com o Congresso e com o movimento sindical.
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