E o futuro do povo brasileiro?


Por Gustavo  Kruschewsky

Gustavo (2)Na verdade o povo brasileiro, de norte a sul e de leste a oeste, levantou-se indo às ruas apoiando e aplaudindo a atuação corajosa e imparcial do Juiz Sérgio Moro que comanda a Operação Lava Jato que – a pedido do Ministério Público Federal –  já puniu vários empresários e “políticos” que ultrapassaram os seus limites morais e legais. O povo também nas ruas, de forma tranquila, grita mais justiça pedindo o impeachment da presidente Dilma e do Deputado, presidente da câmara dos deputados, Eduardo Cunha, e a nulidade do termo de posse de Ministro da Casa Civil outorgado a Lula.

O que acontecia no Brasil de forma deliberada- e os fatos históricos estão aí provando – é que muitos  “governantes” se achavam acima do bem e do mal e não se consideravam sujeitos aos limites morais e legais. O povo brasileiro tinha que engolir, aceitando todas as ações imorais e ilegais de supostas corrupções de governistas de 1.º escalão da União, Estados e Municípios. Agora, a história está mudando e os fatos estão paulatinamente vindo à tona e dando os nomes aos culpados. Portanto, não é mais assim que a banda toca, ou seja, mandatários (políticos eleitos com o voto popular), mandantes (os eleitores) sejam eles ricos, pobres, humildes, analfabetos funcionais, intelectuais, empresários, etc., têm que observar não somente os seus direitos, mas também os seus deveres constitucionais e infraconstitucionais garantidos, senão serão punidos.

Nessa nova era – paulatinamente – a impunidade no país está sendo erradicada. A equidade (igualdade) está vindo à tona. Logo, vê-se que se estar iniciando uma revolução – uma nova era – e os fatos estão aí a provar que a principal autoridade no Brasil doravante – a qual já deveria ser de muito tempo –  é a devida aplicação da Lei que está sendo utilizada a fim de castigar quem a ela descumprir e lesar o povo brasileiro. Portanto, na aplicação da lei – para os imorais e para os que cometem ilicitudes – recebe-se o castigo na medida da própria Lei. Enquanto os franceses na então Revolução Francesa pregaram Liberté, Egalité, Fraternité (Liberdade, igualdade, fraternidade), nessa nossa Revolução atual aqui no Brasil temos que pregar: TRANQUILIDADE, AÇÃO, JUSTIÇA..

 Nessa toada, ao compulsar a Folha de São Paulo de 06 de março do andante, deparei-me com o proveitoso artigo de  Marcelo Leite intitulado: “O Brasil tem futuro, mas não é bom”. A propósito, a gente tem assistido diariamente – principalmente nesses últimos meses – noticiários mais preocupados com a questão da corrupção que graça no país e no mundo nos meios da politicagem em que os homens – mormente muitos governantes –  são os principais protagonistas. No entanto os veículos de comunicação têm se reportado muito pouco sobre “ o aquecimento global e mudança climática” e com os seus efeitos negativos que poderão ter no futuro em que, mais uma vez,  igualmente os homens têm uma grande parcela de culpa.

Essa questão é de grande importância para o futuro de qualquer país. O ser humano não aguentaria amargar um calor superior que tem se verificado nesse verão, principalmente nas regiões do norte, nordeste e sudeste do Brasil, considerando ainda que a sensação térmica em alguns estados brasileiros, na atualidade, está insuportável, beirando os 45%. Imagine-se, sem providências, o que acontecerá no futuro. Segundo o referido comunicador existe um estudo da Cemaden – Centro de Monitoramento e  Alertas de Desastres Naturais – que “se o planeta seguir no ritmo atual, temperatura média no Brasil tem probabilidade de 70% de subir 4 graus centígrados até 2100”. Logo, a média de 30 graus centigrados verificados hoje seria, por certo, ampliada drasticamente para um patamar talvez até superior a 37 graus centigrados. Ocorreriam  desastres na saúde da população brasileira – bem piores dos que já vêm acontecendo – e na ambiência ecológica do país que efetivamente incluem também a preocupação de ferir de morte a energia e a agricultura.

Afastar-se-ia – ou pelo menos minimizaria –  essa probabilidade, se houver pelos cidadãos e verdadeiro poder público a preocupação emergente de impedir o aumento constante da poluição que atinge o oxigênio atmosférico que respiramos. Todos sabem que os maiores causadores são os veículos motorizados que diariamente infectam o teor do oxigênio que respiramos que efetivamente atingem a saúde de todos. Outra providência, diante de muitas, principalmente nas cidades do nordeste  – é iniciar a feitura de implantação de saneamento básico em todas as cidades brasileiras. Em Ilhéus e Itabuna, por exemplos, verificamos a falta de saneamento básico que atinge a população e, com certeza, facilita ainda mais a proliferação de doenças provocadas pela dengue, zica e chikungunya que até hoje não foram erradicadas.

No Brasil a nossa história é perversa, pois inexiste preparação prévia pelos governantes visando o futuro! As cidades são construídas nas cochas – conforme diz o ditado popular – e o futuro é sempre atingido com essa herança maldita causada, mormente por omissões constitucionais, que a meu ver constituiu crime de responsabilidade que já se transformou em “cegueira deliberada”. Com tudo isso quem passarão a sofrer são os mais jovens que se tornarão idosos amanhã e as pessoas com problemas especiais, enfim, todos os brasileiros que estiverem “vivendo” nos anos de 2100. Portanto, aqui no Brasil a preocupação no futuro não deve ser apenas com essas  vergonhas das questões sociais e  “políticas”, mas também com o aquecimento do globo terrestre.  Portanto,  precisamos de  TRANQUILIDADE, AÇÃO,  JUSTIÇA.

*Gustavo  Cezar do Amaral Kruschewsky é advogado e professor.