Um acervo composto por cerca de 200 peças artesanais entre arcos, colares, lanças e bordunas das tribos Pataxós, Xukuru Kariri, Maxakali e Krenak, e mais 20 quadros de faces indígenas chega a Ilhéus, terra dos índios Tupinambás. É a exposição Índios na Janela, que será aberta na Academia de Letras de Ilhéus na próxima segunda-feira, dia 22, às 19h, com vernissage para os convidados conhecerem a proposta. A entrada é gratuita e aberta ao público, em especial, a estudantes do ensino fundamental, ensino médio, pesquisadores, historiadores e professores.
Tanto a coleção quanto os quadros buscam apresentar a cultura indígena como algo vivo e dinâmico, propiciando uma identificação positiva através das faces dos povos da floresta. As peças possuem valor inestimável e foram juntadas ao longo dos 25 anos em que o colecionador Silvan Barbosa Moreira, ex-funcionário da Fundação Nacional do Índio (FUNAI), teve contato e se dedicou ao trabalho com as mais variadas tribos indígenas brasileiras. Já as pinturas são de Gildásio Rodriguez, conhecido como “O Gil dos índios”, que começou a pintar a figura indígena em 1998, estudando a história dos irmãos Villas Boas, e que foi protagonista de diversas exposições individuais e coletivas no Brasil, Estados Unidos e Portugal.
A exposição fica em cartaz até o dia 28 e oferece ao público imagens e informações de natureza histórica e cultural, propiciando uma identificação positiva com as coletividades indígenas. Para o curador da exposição, Pawlo Cidade, “essa mostra aponta para um caminho no esforço de pensar os indígenas sob o ponto de partida da cultura, de uma janela que se abriu no passado, que continua aberta no presente e mantém-se escancarada pela dimensão contemporânea, permitindo um diálogo com muitas outras tradições culturais”.
O projeto prevê também uma palestra ministrada pelo colecionador Silvan Barbosa Moreira, com o tema “Minha Vida na Tribo” e uma apresentação do ritual Poranci, dos índios tupinambás, ao som dos maracás, que será realizada no mesmo local, dia 25, às 16h, com entrada franca.
A exposição Índios na Janela é uma realização da Comunidade Tia Marita e tem apoio financeiro do Governo do Estado, através do Fundo de Cultura, Secretaria da Fazenda e Secretaria de Cultura. O projeto irá percorrer também as cidades de Porto Seguro – Terra dos Povos Pataxós – de 29/03 a 03/04, no Centro Cultural de Porto Seguro e, por fim, Salvador – Terra dos Povos Tapuias – de 19 a 24/04, no 1º pavimento do Palacete das Artes, na Graça. Acompanhe as informações na fanpage: www.facebook.com/Indiosnajanela
Fundo de Cultura do Estado da Bahia (FCBA) – Criado em 2005 para incentivar e estimular as produções artístico-culturais baianas, o Fundo de Cultura é gerido pelas Secretarias da Cultura e da Fazenda. O mecanismo custeia, total ou parcialmente, projetos estritamente culturais de iniciativa de pessoas físicas ou jurídicas de direito público ou privado. Os projetos financiados pelo Fundo de Cultura são, preferencialmente, aqueles que apesar da importância do seu significado, sejam de baixo apelo mercadológico, o que dificulta a obtenção de patrocínio junto à iniciativa privada. O FCBA está estruturado em 4 (quatro) linhas de apoio, modelo de referência para outros estados da federação: Ações Continuadas de Instituições Culturais sem fins lucrativos; Eventos Culturais Calendarizados; Mobilidade Artística e Cultural e Editais Setoriais.
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