Impasse entre sem tetos e prefeitura de Ilhéus para desocupação do estádio continua


Secretário Fred Vesper avisando os moradores sobre o cadastro do aluguel social. Foto Jamesson Araújo.
Secretário Fred Vesper avisando as famílias sobre o cadastro do aluguel social. Foto Jamesson Araújo.

A retirada comandada pela prefeitura de Ilhéus, das famílias das residências populares, do programa Habitar Brasil, no bairro Teotônio Vilela, foi revoltante. E o despejo deles no estádio Mário Pessoa vem comovendo a população da cidade.

A solução do impasse entre os sem tetos alojados no estádio Mário Pessoa, e a prefeitura de Ilhéus, esbarra na falta de confiança das famílias na palavra do prefeito Jabes Ribeiro. A reportagem do Blog Agravo esteve hoje no estádio Mário Pessoa, e conversou com algumas famílias, com a oportunidade de presenciar uma reunião entre eles e o secretário municipal de Relações Institucionais, Frederico Vesper, além do diretor da Assistência Social, Cassio Brandão.

Durante a reunião, ficou explicito que as famílias querem uma garantia por escrito, para que, quando aceitarem o aluguel social proposto pelo governo, no valor de R$ 300,00 por três meses, seja garantido depois o remanejamento deles para casas populares do programa Minha Casa Minha Vida.

O blogueiro Jamesson Araújo, assustado com o grande número de crianças, muitas delas gripadas, em um ambiente inadequado, propôs aos prepostos da prefeitura a disponibilidade de um pediatra por parte da secretária de Saúde. Como também aconselhou que os sem teto procurassem o Ministério Público.

A advogada Lu Cerqueira, que vem assessorando os sem teto, já entrou na justiça mostrando que a reintegração de posse não seguiu à risca a decisão judicial. Segundo a advogada, a prefeitura abandonou as famílias, e agora busca resolver rapidamente, sem garantias,  por causa do mando de campo do Colo Colo.

O secretário Fred Vesper relatou aos moradores que uma equipe da secretaria de Assistência Social, estará na manhã dessa terça-feira (29), cadastrando as 38 famílias para o recebimento do aluguel social.

O secretário também ouviu dos moradores reclamações sobre o corte de água e energia, e principalmente a falta de apoio por parte da prefeitura no fornecimento de mantimento. “Se não fossem as doações, estaríamos passando fome”, relatou uma mãe de família.

Vesper negou que a ação tenha partido de prepostos da prefeitura, alegando que as caixas d’águas esvaziaram devido a demanda, e garantiu que um carro pipa abastecerá o estádio para não faltar água.

Os moradores vão buscar no Ministério Público um monitoramento junto ao acordo proposto pela prefeitura, para que a promessa seja cumprida.

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