A retirada comandada pela prefeitura de Ilhéus, de 272 famílias das residências populares, do programa Habitar Brasil, no bairro Teotônio Vilela, foi revoltante, e vem comovendo a população da cidade.
Para termos uma ideia da dimensão do problema, na ação de ontem, três famílias, inclusive com crianças, após a expulsão, se viram obrigadas a dormir no relento.
O clima entre os moradores retirados das casas populares é de revolta, principalmente pela promessa do prefeito Jabes Ribeiro, de que todas as famílias seriam direcionadas às novas casas, mas acabaram sendo levadas para debaixo das marquises do estádio Mário Pessoa, onde provavelmente passarão o Natal e o ano novo.
A advogada dos moradores, Lu Cerqueira, ressaltou que, até o momento, as promessas do governo não foram cumpridas, e isso destrata a ordem judicial. Segundo ela, também foram prometidas às famílias, alugueis sociais por 90 dias, mas ninguém sabe dizer de quanto é o valor, e muito menos o que será feito depois desse prazo.
O assunto reinou nas redes sociais, e foram grandes as críticas ao prefeito Jabes Ribeiro.
Vale ressaltar que, caso não haja uma mobilização urgente por parte da administração municipal, em encontrar um local digno para os desabrigados, outros problemas surgirão. Por exemplo, caso as famílias sejam esquecidas no estádio Mário Pessoa, muito provavelmente isso acarretará em problemas com o Colo-Colo, que mandará seus jogos no referido estádio. Com a presença de famílias por lá, é certo que a Federação Baiana de Futebol não permitirá que os jogos sejam realizados por lá. E com isso, há um risco grande de tais famílias passarem as festas de fim de ano, embaixo de uma marquise.
A desocupação das 272 residências, segundo o prefeito Jabes Ribeiro, será fundamental para a conclusão das obras das casas (falta cerca de 30%), assim como da infraestrutura do local (calçamento, iluminação e saneamento básico).
O prefeito alega que a reintegração de posse foi uma exigência da Caixa Econômica Federal para que as obras não fossem suspensas em definitivo, evitando a devolução, por parte do município, de um montante de cerca de R$ 18 milhões, já aplicados no serviço. Assim como a desocupação, a retomada imediata da construção também é uma exigência da instituição bancária.
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