Governo da Bahia atrasa repasse e Biofábrica pode fechar

Com o retorno do crescimento e fortalecimento do cacau no sul da Bahia, a falta de comprometimento do governo do estado com a cacauicultura,  pode prejudicar um dos principais produtores contínuos, em escala industrial, de genótipos (clones) de cacaueiros selecionados: o Instituto Biofábrica de Cacau.

O clima entre funcionários e colaboradores da Biofábrica, que é uma organização social vinculada ao estado, é de terra arrasada. Há seis meses que o governo não repassa recursos, acarretando em um verdadeiro caos financeiro, e atrasos de quatro meses de salários de mais de 80 funcionários. Muitos deles já cruzaram os braços.

Segundo informações colhidas pelo Blog Agravo, não é só no repasse de verba que o governo da Bahia fecha os olhos para Biofábrica. Uma fazenda em Arataca, que pertence a Uesc, e é administrada pela Biofábrica, usada para estudos de mais de 20 anos, e que serve de apoio a instituição, foi invadida pelo MST, braço do Partido dos Trabalhadores (PT).

A Biofábrica também serve como reguladora de preços de mudas. Na instituição, as mudas são mais em conta, em média R$ 1,70. Já nas concorrentes, o valor é o dobro, e sem a Biofabrica o valor pode chegar a R$ 7.

Localizada no povoado de Banco do Pedro, o mais populoso do município de Ilhéus, a Biofabrica é responsável pela multiplicação de clones resistentes à doença conhecida como vassoura-de-bruxa. Possui a maior área de viveiro em campo aberto do mundo, com 40 mil metros e capacidade de armazenar 4,8 milhões de plantas. No local, está instalado um dos mais modernos laboratórios de micropropagação do Brasil.  O órgão possui 210 colaboradores em seu quadro, é o maior empregador da zona rural ilheense.