O homem que se tornou especialista em pôr fim aos sonhos das pessoas, finalmente vive o pesadelo de estar preso. O empresário Roque Anderson Andrade de Souza, 35 anos, acusado de dar calotes em dezenas de noivas de Salvador.
Detido pela polícia de Natal, no Rio Grande do Norte, o dono da Anderson Andrade Cerimonial responde a diversos processos por desrespeitar contratos, adulterar datas de cheques, debitar quantias indevidamente e dar calotes até em doceiras e garçons.
O estelionatário simplesmente desaparecia com o dinheiro de vários de seus clientes e fornecedores antes da realização dos eventos.
Anderson Andrade estava foragido da Justiça desde o início de 2013, quando foi expedido um mandado de prisão pela 5ª Vara Criminal de Salvador.
Na semana passada, segundo o titular da Delegacia de Furtos e Roubos (Defur) de Natal, Herlanio Cruz, Anderson teve um problema de saúde e foi parar no Hospital Walfredo Gurgel, unidade pública da capital potiguar.
Uma denúncia anônima chegou aos policiais da Defur, que confirmaram a existência do mandado.
Anderson recebeu voz de prisão dentro do hospital. O delegado ainda desconhece o motivo da internação do empresário, mas noivas que foram vítimas dos golpes receberam a informação de que ele sofreu um acidente de moto.
“Tivemos a informação quatro dias antes, mas respeitamos o período eleitoral. Ficamos monitorando ele até ontem (segunda) e o prendemos”, contou o delegado.
Anderson deve ser transferido para Salvador assim que tiver alta. Enquanto isso, engana até os funcionários do hospital. “Todos adoram ele lá. Distribui chocolate para as enfermeiras e ganha todo mundo na conversa. Coisa de estelionatário”, disse o delegado.
Há relatos de golpes de até R$ 18 mil, como o do último casamento que seria realizado pelo cerimonial de Anderson. “Chegamos a avisar a noiva, mas ela não acreditou. Casou com o prejuízo, mas à base de remédios”, disse a bancária Taiana Burgos, que se casou depois de levar um golpe de R$ 3,7 mil e ganhar uma causa de R$ 12 mil contra o empresário.
“Mas acho que nunca vou ver esse dinheiro”. Donas do imóvel onde funcionava o escritório do cerimonial, na Pituba, tiveram prejuízos de R$ 10 mil, com aluguéis, condomínio e IPTUs.
Informações do Correio da Bahia
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