Semana passada, o governador do Ceará, Cid Gomes, ocupou a mídia nacional e internacional, ao obter na justiça do estado, uma liminar para que fossem recolhidos todos os exemplares da Revista ISTOÉ, em circulação no território nacional.
A decisão foi considerada pelas entidades representativas da imprensa livre, como um feroz ataque contra o direito de informar. A medida tinha o objetivo de impedir a veiculação de uma matéria em que o delator do esquema da Petrobrás, Paulo Roberto Costa, teria informado à Polícia Federal que um dos beneficiados no esquema, teria sido o governador.
Pois bem: a Istoé recorreu, ganhou, restabeleceu o seu direito de informar e as revistas puderam voltar às bancas.
Neste final de semana, a revista volta ao assunto. Capa principal da Isto é, a matéria revela os dias, os negócios, os planos e as relações de Paulo Roberto com Cid Gomes. Ao tentar desmentir conhecer o delator, o governador terminou dando um tiro em seu próprio pé. “Choveu” fotos na redação da revista, dos dois juntos, em comitiva presidencial e, até, no Palácio do Governo do Ceará.
A revista ainda publicada a data de diversos encontros entre os dois, entre 2008 e até dias antes da prisão de Paulo Roberto, quando fechou uma empresa que funcionava em Fortaleza.
Aproveitando a oportunidade, a revista ainda lembrou alguns episódios do governador que administra um estado com 96 por cento dos seus municípios sofrendo com a seca. Citou viagens internacionais com familiares por conta do erário público, passeios em limusines nos Estados Unidos e compra buffet de 3 milhões, enquanto a seca castiga o sertanejo desamparado; caviar para o alto escalão da Secretaria de Segurança Pública enquanto a violência toma conta das ruas; e gastos exagerados com shows, enquanto obras seguem abandonadas. Não é o Ceará. É o Brasil!
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