Filho do sul da Bahia e hoje consolidado como uma das principais lideranças políticas da região, o candidato a deputado federal Bebeto Galvão (PSB) avalia que a falta de políticas públicas em defesa da lavoura cacaueira está sendo ainda mais nociva do que a própria praga da vassoura de bruxa. Bebeto lembra que a produção de cacau na Bahia já chegou a atingir a marca de 400 mil toneladas do produto por ano na década de 80 e chegou a gerar U$ 1 bilhão de receita para o estado, um valor que representou mais de 70% de toda exportação da Bahia. Com essa produção, a lavoura gerava 120 mil empregos diretos no estado e após a crise da vassoura, a estimativa é que nos dias de hoje esse número não passe sequer dos 30 mil postos de trabalho.
Mas na avaliação de Bebeto, o descaso do poder público com a região cacaueira ainda consegue ser muito mais destrutivo em comparação aos estragos da vassoura de bruxa. Bebeto explica o motivo desse comparativo. “Graças ao esforço concentrado dos produtores e dos técnicos da Comissão Executiva de Planejamento da Lavoura Cacaueira (Ceplac), foi possível encontrar a fórmula para vencer a crise da vassoura, que é através da clonagem que gera frutos resistentes à praga e são de excelentes produtividades. Portanto, todos já sabem o caminho para vencer a crise. Mas isso não vai para a prática, pois com a falta de incentivo público, os pequenos produtores não conseguem ter acesso a essa tecnologia”, avalia Bebeto. Ele acredita que é preciso implementar políticas públicas que permitam que produtor tenha acesso a créditos para aplicar a tecnologia no plantio e então garantir uma safra mais positiva.
Além disso, Bebeto acrescenta que a Ceplac é um órgão que precisa de uma atenção mais expressiva dos governos. “Para se ter uma idéia, a Ceplac não tem nem personalidade jurídica. É preciso resolver isso o mais rápido possível. Outra coisa urgente é que a Ceplac não realiza concurso público há mais de 30 anos e isso é necessário”.
Falta liderança
Na avaliação de Bebeto Galvão, a região sul reúne todos os pré-requisitos para voltar a trilhar no rumo do desenvolvimento, diante do seu potencial, pois trata-se de um local que já possui porto, aeroporto, meios comunicação, universidades, centros de pesquisas e uma geografia privilegiada. “Mas para isso, é necessário que haja uma liderança local que seja capaz de tocar o programa de crescimento regional, mas que esteja disposto a abominar práticas como a intimidação, a ameaça, a política do medo, como tem-se visto nos últimos anos. “É preciso que essa liderança tenha a capacidade de unir a Ceplac, a Uesc, a UFSB e a sociedade civil organizada para um plano de ação conjunto capaz de traçar os desafios e destinos da região sul”, finaliza.
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