Ex-diretor da Petrobras delata parlamentares, governador e ministro em esquema de corrupção


Do Jornal O Globo

Paulo Roberto tem a língua mais temida no submundo da corrupção,
Paulo Roberto tem a língua mais temida no submundo da corrupção

 O ex-diretor de Abastecimento e Refino da Petrobras, Paulo Roberto Costa, aceitou termos de um acordo de delação premiada e começou a falar sobre o esquema de lavagem de dinheiro comandado pelo doleiro Alberto Youssef. Preso pela Polícia Federal (PF) na operação Lava-Jato, Costa já denunciou o envolvimento de deputados de três partidos, senadores e de pelo menos um governador com o desvio de dinheiro da Petrobras.

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirmou nesta sexta-feira que todos os nomes dos políticos mencionados pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa numa série de depoimentos iniciados semana passada serão enviados ao Supremo Tribunal Federal (STF).

O procurador-geral não quis confirmar nome ou número de autoridades citadas, sustentando que o sigilo faz parte da negociação do processo de delação premiada. Já tramita em segredo de Justiça no STF sob a relatoria do ministro Teori Zavascki.

Os depoimentos de Paulo Roberto têm sido explosivos e estão sendo encarados com toda reserva pelos procuradores. Ao final de cada interrogatório, as declarações são criptografadas e guardadas num computador sem internet. Os depoimentos começaram na sexta-feira passada e ainda não há prazo para conclusão da nova etapa da chamada Operação Lava Jato.

Segundo o jornal “O Estado de S. Paulo”,Costa afirmou em depoimento que os desvios nos contratos da Petrobras envolveriam desde funcionário do terceiro escalão até a cúpula da empresa. De acordo a “Folha de S. Paulo”, integrantes de PT, PMDB e PP estariam envolvidos no esquema de corrupção.