A Mirabela Mineração demitiu 400 empregados das operações de níquel, em Itagibá, na Bahia. Segundo informações do Sintepav, sindicato que representa os trabalhadores da indústria de mineração da região, as demissões começaram em novembro do ano passado. A previsão é que o número total de demissões chegue a 500. A mineradora tem sérios problemas financeiros e estuda colocar a operação em manutenção e interromper a produção.
Empresas que prestam serviços para Mirabela, como a U&M Mineração e Construção, também tiveram que demitir trabalhadores. O diretor de comunicação do Sintepav, Valdeli Rosa, disse que a U&M demitiu 26 dos seus 90 empregados que trabalhavam na operação da Mirabela.
O diretor e vice-presidente da U&M, Sergio Machado, disse que houve demissões, mas apenas nas atividades “meio”, ou seja, no setor administrativo e não no operacional. “Estamos nos readequando ao atual mercado”, disse Machado em entrevista aoNMB. Ele afirmou que os cortes estão acontecendo para evitar o fechamento das operações.
Segundo o executivo, isso ocorre em função do baixo preço do níquel. Hoje, o metal está cotado a US$ 14,5 mil por tonelada no mercado à vista.
Além do baixo preço da commodity, outro motivo das demissões foi o encerramento do contrato entre a Votorantim Metais e a Mirabela, em novembro. A VM comprava metade da produção de concentrado de níquel.
Segundo a imprensa local, a Sotrec, fornecedora de equipamentos da Caterpillar, também teria demitido empregados que trabalhavam nas operações da Mirabela, na Bahia. Procurada pelo NMB, a assessoria de imprensa da Sotreq disse que desconhece a informação.
A Mirabela tem um financiamento de US$ 55 milhões atrelado a um contrato de locação de equipamentos com a Caterpillar Financial Services Corporation.
Em entrevista à imprensa local, o secretário de Infraestrutura de Itagibá, Fabiano Sampaio, disse que o município recebeu apenas R$ 400 mil referentes a recursos da mina no mês de janeiro. Segundo ele, o recurso tem caído. “Agora, Itagibá deixou de receber 14 milhões de reais em forma de imposto que foi baixado sem necessidade na gestão anterior”, disse o secretário.
A Mirabela foi procurada pela reportagem mas, até o momento da publicação, nenhum porta-voz da empresa foi encontrado para comentar o assunto.
No dia 11 de janeiro, três conselheiros da controladora Mirabela Nickel, na Austrália, deixaram o conselho de administração, que foi reduzido à metade.
No fim de dezembro de 2013, a Mirabela disse que obteve um empréstimo de curto prazo de US$ 45 milhões para manter as operações no Brasil, enquanto tenta concluir as negociações para a recapitalização do empreendimento. A empresa estuda a possibilidade de colocar a operação na Bahia em manutenção.
Fonte: Susy Laguardia / Notícias de Mineração
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