Capitalismo ou socialismo – Importa a denominação ?


Por Gustavo Kruschewsky

gustavo-kHistoricamente as classes sociais, em todo globo terrestre, vêm, desde longas datas, tentando “aperfeiçoar” os seus sistemas políticos!  Alguns países vêm adotando o sistema capitalista, outros tantos experimentando e amargando ora o sistema capitalista, ora migrando para o sistema socialista e vice-versa. Já o sistema comunista é na verdade uma utopia! Parece existir apenas na doutrina inaplicada, tendo em vista que se desconhece sociedade organizada com ausência de uma estrutura Estatal. Só, se aconteceu há algum tempo esse fenômeno parecido com o comunismo, em que a participação das pessoas, dos “operários” da época, porque só existiam eles, tomavam as decisões “políticas” sem a presença de um Estado Formal. Porém, existe corrente afirmando no sentido contrário, que muitas pessoas pensam que o sistema comunista nunca foi praticado por alguma sociedade tendo em vista que nenhum grupo de indivíduos que viveram por vontade própria, sob normas comuns, experimentou a ausência de um Estado politicamente organizado.

Mas, o que vem a ser um sistema capitalista? Em síntese, o capitalismo se caracteriza basicamente em o Estado não criar óbices aos seus concidadãos, e até mesmo a pessoas de outros países, de adquirir propriedade privada ou particular. Deve estimular o desenvolvimento de meios de produção de forma particular também, proporcionar o exercício do labor assalariado e outras formas ditadas pelo Estado, próprio do sistema capitalista. No Brasil se tem as chamadas classes A, B e C, portanto, os burgueses ou ricos com muitas propriedades privadas, os da classe média ou unicamente proletariados ou assalariados e aqueles da classe média alta, que podem ser assalariados e possuidores de poucas propriedades privadas. Observe que no sistema capitalista a interferência do Estado nos negócios do particular deve ser a mínima possível para dar características reais do sistema. Isso vem acontecendo no Brasil?

No tocante ao socialismo, dentro de uma visão histórica, é importante que esse sistema político de Estado promova a socialização dos meios de produção no sentido de integrar o indivíduo proporcionando-lhe, através de Leis, condições de vantagens a cada grupo particular com o propósito de que sejam exauridas as desigualdades sociais. Todavia, o referido sistema tem o condão de que a facilitação de se adquirir a propriedade privada como ocorre no sistema capitalista, inexista do seu contexto como proteção aos trabalhadores assalariados evitando os abusos para que ressurja o sistema capitalista. Este, talvez seja o seu traço fundamental.

O Brasil é partidário de qual dos dois sistemas políticos? Seria uma combinação dos dois sistemas? Ou seja, uma hibridização sistematizada? Senão vejamos: Existe no Brasil, por ser um país de regime democrático, a “liberdade de pensamento e expressão” prevista na Carta Magna, o que não deve acontecer com o sistema propriamente socialista; No Brasil a economia é controlada pelo Estado consoante acontece com o sistema socialista, mas a história faz perceber que não tem o fim de promover distribuição justa da riqueza com todos os seguimentos das camadas sociais, como acontece com o sistema socialista. Tanto é assim que já surgiu no Brasil uma quarta classe, a D, da pobreza extrema, que está sendo difícil de ser erradicada. No sistema socialista se preconiza que o trabalho é pago segundo a qualidade e o maior tempo do labor em que se executa esse trabalho. No Brasil capitalista não é assim, nos parâmetros do trabalho assalariado são envolvidos  outros fatores.

No socialismo deve ocorrer formação de grupos políticos privilegiados, ou seja, com conhecimento e preparo para o exercício de uma política dentro da linha pedagógica e ideológica que o sistema preconiza. O mesmo não acontece no sistema capitalista democrático Brasileiro! Analfabeto funcional pode se candidatar para qualquer cargo político eletivo e exercer cargo público de confiança! Aí é onde nasce a famosa e conhecida politicagem. A grande igualdade desses dois sistemas que constitui um grave problema é que não existe a verdadeira participação do povo nas decisões governamentais. No socialismo inexiste a participação das pessoas nas decisões políticas por força da própria falta de espaço na edificação do sistema, enquanto no capitalismo, mormente no Brasil, esse fenômeno se dá faticamente ou por ignorância de muitos cidadãos e cidadãs ou acomodação mesmo dessas pessoas da população brasileira. É preciso ficar alerta doravante com o aumento da interferência do Estado Brasileiro nas atividades negociais das camadas sociais, pois isso não é característica do sistema capitalista que deve ter a ingerência limitada do Estado na questão da propriedade particular e nos meios de produção, inclusive do trabalho assalariado. Ele, o sistema capitalista Brasileiro, deve dar sim estímulo à produtividade. Interessante que no Brasil têm “partidários” do PSB ( Partido SOCIALISTA Brasileiro ) que armazenam muitas propriedades em seu nome e em nome de terceiros! Que ideologia socialista é essa?

Infelizmente, o Brasil vem amargando, nos últimos tempos, a atuação de muitos “governantes” inescrupulosos e de gritantes desigualdades de oportunidades entre classes que tem levado a várias manifestações por parte de muitos segmentos da sociedade que se sentem, por várias razões, impulsionados a fazerem manifestações pacíficas em ruas. Isso é importante, mas o vandalismo deve ser desaprovado pelas pessoas de bom senso.  Portanto, não importa o nome do sistema político Brasileiro que se rotule, o que realmente interessa é a prática política do nosso Estado que acabe com as mazelas, promovendo a saúde, a educação e com isso valorize o professor, a segurança pública, a habitação, o cuidado com o meio ambiente, o emprego, a ética na política, a justiça célere para todos, a distribuição de renda, o aumento da produtividade e acabe com a carga fiscal exagerada. Este é inegavelmente o perfil do Brasil democrático que se quer. Nos dias atuais “a produtividade é a chave do progresso das nações por resumir em um único indicador, diversas outras variáveis”. Para que tudo isso aconteça é necessária doravante a verdadeira participação política de cada cidadão e cidadã da sociedade brasileira demonstrando habilidade no trato das relações humanas com representantes do seu governo Municipal, Estadual e Federal, com vistas à obtenção de resultados positivos desejados tendo o foco principal a hibridização desses dois sistemas políticos preconizados incorporando o que eles têm de mais humanitário em cada formação ideológica.

Gustavo Cezar do Amaral  Kruschewsky é Professor e  Advogado.

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