A omissão do governo federal, que não enviou representantes para a Audiência Pública que discutiu ontem pela manhã os conflitos fundiários em Buerarema e região, foi criticada pelo deputado Augusto Castro (PSDB), que integra a comissão parlamentar que está mediando as discussões. Durante o encontro, promovido pela Comissão de Direitos Humanos e Segurança Pública da Assembleia Legislativa e que contou com a presença de mais de 300 pequenos produtores da região, o deputado defendeu a anulação imediata do relatório da Funai que retira terras dos agricultores instalados na área há muitas décadas. “ O governo federal precisa agir rapidamente para evitar derramamento de sangue, porque não há clima para paz no momento”, alertou.
Apesar de convidados pela Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa, nenhum representante dos supostos índios que reivindicam as terras compareceu à Audiência Pública. Os produtores os acusam de não serem índios tradicionais e garantem que ocupam a terra há mais de 70 anos. Este é o caso da família de Eliana Oliveira Costa, 46 anos, a 9ª filha de 12 filhos (todos vivos) de seu Emanuel e dona Eulina. Fomos criados na agricultura, na sapucaeira (Ilhéus). Todos nós, de bisavós a irmãos, somos filhos da Olivença”, declarou Eliana no plenário, acompanhada dos pais e alguns irmãos. O deputado Augusto Castro considera importante a interferência do governo do Estado e sugeriu a instalação de um gabinete de crise em Buerarema para intermediar os conflitos que pode levar à falência todo o município de Buerarema, cuja produção agrícola está parada.
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