A ponta do iceberg


Infelizmente por essas bandas do sul baiano, mais precisamente na sede da velha capitania de São Jorge dos Ilhéus, a população vem sofrendo com a dificuldade que a Embasa, Coelba, evidenciam em não conseguir terminar simples obras ou intervenções na cidade.

Ou, quando tais são concluídas, as ruas e logradouros não costumam ser entregues da forma que estava antes. Um bom exemplo são as obras realizadas em alguns trechos da avenida Itabuna. O que antes era já um sofrível acostamento, hoje está sem asfalto, servindo para atrapalhar o já complicado e intenso trânsito local.

No Parque Infantil uma pequena praça vem sendo escavada, devido a algumas intervenções que estão sendo realizadas no local. Acontece que tal praça costuma atrair e concentrar muitas crianças, levadas por seus pais para brincarem no “pula-pula” e nas piscinas de bolas montadas no espaço.

Engraçado que apesar de ser chamado de Parque Infantil, no local , o único que existe, resiste sofrivelmente em frente ao colégio Paulo Américo. Com isso a citada praça é o único espaço de lazer para as crianças que residem nas proximidades.

No último domingo (18), enquanto muitas crianças se divertiam no local, uma imensa cratera exalava o nada aprazível odor de um esgoto a céu aberto. No entorno da cratera não havia nenhuma proteção, o que representava risco ante o grande fluxo de crianças.

Tudo indica que a escavação transpassará a praça. Nada contra, afinal de contas, toda e qualquer intervenção que vise melhorar algo, é e sempre será bem vinda. Mas, quem ousa afirmar com precisão quando tal obra será concluída? Ou, se a praça será devolvida à comunidade da maneira que era antes.

Tal problema é apenas a pontinha do iceberg, pois a área que estamos nos referindo é uma das mais violentas de Ilhéus, onde execuções e tiroteios já foram muitas vezes presenciados pelas milhares de pessoas de bem que residem nas proximidades.

Se não há um simples espaço de entretenimento das criancinhas, não poderíamos esperar que houvesse por lá um centro comunitário que incentivasse a prática de esportes, oferecesse oficinas, cursos profissionalizantes, promovesse atividades culturais, etc. Tais ações, como instrumentos comprovadamente eficazes no combate à violência, mostrando novos valores e dando oportunidades dignas para jovens e adolescentes, que costumam ser recrutados para a criminalidade e acabam trilhando dois caminhos prováveis, que os conduzem as penitenciárias ou aos cemitérios.

Eis uma realidade que o próximo gestor ilheense não pode negligenciar e que deve compor as suas ações.