Cala boca ou publicidade ?


Editorial do Blog Agravo

As agências M21, Gênesis Comunicação e Marketing e Marcativa Comunicação Estratégica participam da licitação de publicidade da Prefeitura de Ilhéus. A vencedora irá, segundo a assessoria de comunicação da prefeitura, realizar serviços de comunicação, com o objetivo de planejar, estudar e concentrar a concepção, e executar a criação das campanhas publicitárias das ações municipais, bem como cuidar de sua distribuição aos veículos. O valor da licitação corre a sete chaves, mas segundo informações estão entre 300 mil e 600 mil reais.

Somos sabedores de que a imprensa vive principalmente de publicidade pública. Não seriamos levianos em dizer que não aceitaríamos uma publicidade de uma entidade pública, que precisa divulgar seus atos e feitos. Nós, como empresas e prestadores de serviço, também temos compromissos. Mas vinculação de publicidade da prefeitura de Ilhéus vai na contra mão do que é necessário, que é contenção de despesa, para transformar o caos administrativo em uma nova realidade  de coerência com erário público.

O Município passa por grave crise financeira e seriamos no mínimo, coniventes com o desgoverno jabistas em receber dinheiro público com publicidade, quando falta o mínimo da assistência dos serviços público aos ilheenses.

Além dos fortes fatos narrados acima, ainda vem à pergunta sobre uma provável interferência: Será que a prefeitura vai colocar a publicidade e interferir nas mídias, com o tradicional “cala boca” ou apenas para divulgar suas ações?

A resposta seria uma incógnita se não fosse o governo comandado por Jabes Ribeiro. Durante os governos Jabistas, sempre se mostrou opressor e tentou regular a imprensa, principalmente a falada, enfraquecendo a sua independência, confiabilidade e diversidade.

Desde já, o Blog Agravo, como um dos grandes meios de comunicação da região, por ser nativo de Ilhéus e entender a situação financeira do município, acha melhor abrir mão da publicidade do governo Jabista, que deve usar o dinheiro para amenizar o sofrimento dos ilheenses, que noticiamos diariamente aqui.

O maior passo que a imprensa pode dar em direção à sua independência é recusar a publicidade, nesse momento tão ruim para a população ilheense.