Prefeito de Salvador tem sociedade com empresário de Ilhéus investigado na Operação Overclean


Prefeito de Salvador, Bruno Reis (União Brasil), e o empresário Samuca Silva Franco durante inauguração do Ilhéus praia Hotel.

 

O prefeito de Salvador, Bruno Reis (União Brasil), é sócio do empresário Samuca Silva Franco, de 51 anos, que foi alvo de busca e apreensão na última fase da Operação Overclean, realizada em Ilhéus (BA). A sociedade entre os dois ocorre por meio da empresa SPE Vento Sul Empreendimentos Imobiliários Ltda., conforme registros na Junta Comercial da Bahia (Juceb) .

Em maio de 2022, Bruno Reis adquiriu 10% das quotas da empresa, no valor de R$ 60 mil, por meio da BB Patrimonial, sociedade que mantém com seus filhos. Na época, a SPE Vento Sul tinha 95% de seu capital social controlado por Samuca. Outros sócios também ingressaram no negócio posteriormente .

A Polícia Federal aponta que Samuca recebeu recursos de empresas suspeitas de serem de fachada, que simulavam serviços fictícios e emitiam notas fiscais frias. Segundo as investigações, o empresário teria recebido R$ 200 mil da BRA Teles Ltda. em março de 2024 e mais R$ 373,5 mil da BRA Teles e da FAP Participações Ltda. entre abril de 2022 e março deste ano .

Samuca também é mencionado em diálogos entre outros investigados e possui participação em diversas empresas, com atuação em setores como imobiliário, extração mineral e locação de aeronaves .

Além do vínculo empresarial, Bruno Reis já demonstrou proximidade com Samuca publicamente. Em vídeo de um evento no Ilhéus Praia Hotel, propriedade do empresário, o prefeito elogiou Samuca, referindo-se a ele como “um irmão que a vida me deu” e destacando as ligações diárias entre os dois. O ex-prefeito de Salvador, ACM Neto, também apareceu no evento .

Em nota, a assessoria de Bruno Reis afirmou que o empreendimento em Ilhéus é um investimento privado no setor imobiliário, sem relação com o setor público ou os fatos investigados. O projeto teria custado R$ 600 mil, com participação de dez sócios, sendo R$ 60 mil investidos pela BB Patrimonial .

A Operação Overclean investiga um esquema de desvios de verbas públicas, corrupção e lavagem de dinheiro, com suspeita de movimentação de R$ 1,4 bilhão em contratos fraudulentos. A terceira fase, deflagrada no início de abril, incluiu mandados em Salvador, São Paulo, Belo Horizonte e Aracaju .

Com informações são do Jornal Folha de São Paulo.