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Por Jamesson Araújo
As eleições municipais em Ilhéus foram um verdadeiro teatro político, repleto de reviravoltas e estratégias inesperadas. A corrida eleitoral começou com Jabes Ribeiro (PP) à frente nas pesquisas, mas a dinâmica mudou drasticamente com a ascensão de Adélia Pinheiro (PT). A desistência surpresa de Jabes não apenas chocou os eleitores, mas também desencadeou uma série de eventos que transformaram o cenário político local.
A acusação de Jabes sobre o não cumprimento de um acordo por parte de Valderico Junior, do União Brasil, revelou as fissuras dentro das alianças políticas e a volatilidade dos discursos eleitorais. A retirada de Jabes da corrida foi interpretada por muitos como uma manobra para evitar uma batalha que ele presumia perdida, dada a influência das “máquinas” estadual e municipal na eleição.
A intensa disputa verbal entre os grupos de Jabes e Valderico acabou por separá-los diante dos eleitores, abrindo espaço para o candidato do União Brasil entrar com força na corrida pela prefeitura de Ilhéus. É importante ressaltar que Jabes sempre enfrentou altos índices de rejeição, o que contribuiu para a sua desistência.
A consequente divisão de seu grupo político em três direções distintas refletiu a fragmentação e a incerteza que muitas vezes acompanham os processos eleitorais. Alguns correligionários de Jabes migraram para Bento Lima (PSD), outros para Adélia Pinheiro (PT), e uma parte se alinhou com Valderico. A postura de Jabes, distanciando-se e recusando-se a endossar Valderico, pode ter sido uma estratégia para preservar sua influência política, evitando associar-se a uma possível derrota.
A previsão de Jabes se mostrou equivocada, pois Valderico Junior demonstrou ser um concorrente forte, com reais possibilidades de vencer. O ex-prefeito vislumbrou a oportunidade de retornar ao poder e deu um abraço apertado no candidato do União Brasil. Resta saber qual será o papel de Jabes no governo que se aproxima.
Na última sexta-feira (18), durante uma entrevista no programa O Tabuleiro, Jabes revelou que teve um papel crucial na vitória de Valderico Júnior. “Nós realmente colocamos nosso DNA nessa campanha. Se ele perdesse, estaríamos em maus lençóis. E ele também. Agora é torcer para que tudo dê certo”, afirmou o ex-prefeito.
Este episódio em Ilhéus é um lembrete de que, na política, as alianças são frequentemente transitórias e os resultados eleitorais podem ser imprevisíveis. A soberba e a confiança excessiva podem levar a apostas arriscadas, e a eleição de Ilhéus certamente teve sua cota de surpresas e lições para políticos e eleitores.
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