A greve geral de todos os servidores públicos da Prefeitura de Ilhéus continua por tempo indeterminado até que o prefeito Jabes Ribeiro apresente uma proposta de reajuste salarial. A decisão foi tomada na manhã desta terça-feira, após uma assembleia onde foi apresentado o resultado da reunião realizada pelo prefeito com o conselho observatório, na tarde de segunda-feira, onde mais uma vez os números da folha de pagamento dos servidores foram contestados por todos os representantes dos cinco sindicatos dos trabalhadores públicos municipais.
A greve já foi comunicada ao governo municipal pelos sindicatos de todas as categorias, que decidiram garantir o percentual de 30% do funcionamento dos serviços considerados essenciais. Mas durante o período de paralisação os servidores estarão se concentrando todos os dias, sempre a partir das 8 horas da manhã, em frente ao Palácio Paranaguá, para discutir os rumos do movimento. E uma nova assembleia já está marcada para a manhã desta quarta-feira, também às 8 horas da manhã, em frente à Prefeitura, para avaliar se o governo apresentou alguma proposta de reajuste salarial.
De acordo com os líderes sindicais, o prefeito Jabes Ribeiro continua insistindo em números irreais e mentirosos da folha de pagamento com pessoal e se recusa a apresentar uma proposta de reposição salarial dos servidores, o que acaba dificultando o diálogo dos trabalhadores com o governo municipal. Durante a reunião com o conselho observador, o governo chegou a propor a criação de duas comissões, sendo uma para avaliar a situação financeira do município e a segunda para tratar do transporte coletivo, além da sugerir um pacto entre o município e a sociedade civil organizada. Os líderes sindicais afirmaram que aceitam firmar o pacto, desde que os haja transparência e credibilidade, o que não vez acontecendo com a atual administração.
Na reunião com a sociedade civil organizada o prefeito voltou a lamentar da crise financeira por qual atravessa a cidade e apresentou o mesmo quadro de despesas com a folha de pagamento de pessoa que já havia sido contestada pelos líderes sindicais. No cenário apresentado pelo prefeito, a folha de pagamento chega a 68% das receitas, o que comprometeria o limite permitido pela Lei de Responsabilidade Fiscal. Acontece que os números foram mais uma vez rebatidos e contestados pelos representantes dos sindicatos, que apresentaram documentos comprovando os gastos reais com pessoal e apresentando inclusive erros absurdos cometidos pelo governo municipal. Também foram citados gastos exorbitantes da Prefeitura com serviços desnecessários, o que acaba onerando a folha de pagamento e acentuando ainda mais a crise financeira do município.
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