Tebet defende reforma tributária e Lei de Responsabilidade Social no JN


A senadora Simone Tebet (MDB) afirmou, nesta sexta-feira (26), que caciques emedebistas tentaram “puxar o tapete” da sua candidatura em prol do apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em entrevista à Rede Globo, Tebet também defendeu uma reforma tributária que diminua tributos sobre o consumo e uma Lei de Responsabilidade Social para erradicar a pobreza no país.

A senadora criticou a tentativa de judicializar sua candidatura, liderada pela ala do partido que defende a candidatura de Lula à Presidência. “Tentaram, em uma fotografia recente, levar o partido para o ex-presidente Lula. Judicializaram a minha candidatura. Judicializaram”, afirmou Tebet.

“O MDB É um partido ético, que tem sim uma meia dúzia que esteve envolvida no passado no escândalo do “petrolão” do PT e não estão conosco. Aliás, se você me permitir, tentaram puxar o meu tapete até pouco tempo atrás”, pontuou a candidata.

Tebet admitiu ter dificuldade de, frente à polarização, garantir os palanques estaduais do MDB. “Nós estamos diante de uma polarização que está levando o brasil para um abismo, então a polarização faz com que os partidos, alguns companheiros, sejam cooptados”. “MDB é muito maior do que meia dúzia de seus políticos e seus caciques”, pontuou.

A candidata também prometeu que, se eleita, realizará uma reforma tributária, que, segundo ela, tribute menos os pobres e mais os ricos através de uma menor taxação do consumo. “Nós temos três reformas tributárias importantes no Brasil, mas a mais importante hoje é a do consumo. Quem mais paga imposto no Brasil hoje é o pobre, é o que mais consome”, disse a senadora, que tem defendido que a reforma tributária seja realizada ainda nos seis primeiros meses de governo.

De acordo com ela, a reforma também seria importante para possibilitar o financiamento da Lei de Responsabilidade Social, proposta pelo senador Tasso Jereissati (PSDB-CE). Tasso chegou a ser cogitado como candidato a vice na chapa de Tebet, posto que acabou sendo ocupado pela senadora Mara Gabrilli (PSDB-SP).

Segundo ela, a intenção do projeto é erradicar a pobreza em quatro anos. “Esse projeto, que está organizado, depende de duas coisas: reforma tributária e o Brasil voltar a crescer”. O projeto estaria aprovado por economistas liberais que aconselham a sua candidatura, segundo Tebet.

Durante a sabatina, a senadora ainda afirmou que, para fazer a manutenção de um programa de transferência de renda de, no mínimo, R$ 600 será necessário furar o teto de gastos o que, segundo ela, já está precificado pelo mercado financeiro.

“Em relação à transferência de renda permanente, isso já está aí, está precificado, o mercado já sabe que no ano que vem teremos que extrapolar o teto [de gastos] nesse valor de algo em torno de R$ 60 bi para cobrir a transferência de renda”, disse. “Não é admissível nós não garantirmos pelo menos R$ 600 para quem tem fome. R$ 600 ele come, mas não paga aluguel.

O teto de gastos foi aprovado durante o governo de Michel Temer (MDB), que integra o mesmo partido da candidata.

Confira a entrevista na íntegra: