Variante recombinante XE não deve ser motivo de alarde, diz Butantan


Cientistas do Instituto Butantan alertaram que a variante recombinante da covid-19 XE não deve ser motivo de alarde. Segundo eles, apesar de haver possibilidade da cepa já estar circulando no Brasil, a chance de um novo pico de infecções parece cada vez menor, diante da alta cobertura vacinal e da imunidade da população.

“Essa variante recombinante é uma mistura de BA.1 e BA.2, duas sublinhagens da ômicron que já circularam muito e continuam circulando. Muitas pessoas já devem ter anticorpos que as reconhecem. E depois do último pico que tivemos, muitos foram infectados e devem ter anticorpos também”, explica Maria Carolina Sabbaga, vice-diretora do Centro de Desenvolvimento Científico do Butantan.

De acordo com boletim epidemiológico da Organização Mundial da Saúde (OMS), a XE teria uma capacidade 10% maior de transmissibilidade comparada à linhagem BA.2 da ômicron. Mas, até o momento, não foi confirmado maior impacto na imunidade e severidade.

A cepa foi descoberta primeiramente no Reino Unido, onde foram notificados mais de 600 casos de 19 de janeiro, quando a variante foi identificada em Londres, até 29 de março. No Brasil, a XE foi detectada no início de março, em um morador de São Paulo, de 39 anos, que teve sintomas leves da doença.

Apesar dos casos, a variante ainda não foi categorizada pela OMS, diferente da variante recombinante deltacron, cujo nome oficial é XD, e atualmente é considerada uma variante em monitoramento.