Caciques do União Brasil tentam convencer o ex-juiz e ex-ministro da Justiça Sergio Moro a ser candidato a deputado federal. Reservadamente, fontes do partido falam que esse é o único espaço possível para o recém-filiado. Resta Moro ser convencido.
Paranaenses, Moro e a esposa, a advogada Rosângela, mudaram os domicílios eleitorais para São Paulo. A ideia do casal era que ela disputasse uma vaga na Câmara dos Deputados e ele a Presidência ou o Senado pelo novo partido. O problema é que uma ala importante do União Brasil não quer Moro disputando as eleições majoritárias.
Como era esperado, o União Brasil, fruto da fusão do DEM com o PSL, encolheu na janela partidária na Câmara dos Deputados, e Moro pode ser um puxador de votos, promovendo o aumento da bancada para 2023. O tamanho das bancadas na Câmara é proporcional à fatia de recursos do fundo partidário.
Pesam ainda contra a disputa na eleição majoritária alguns pontos: a disputa para o Senado em São Paulo será acirrada, em 2022 há apenas uma vaga por Estado. Além da possibilidade de ficar de fora, caso eleito, Moro poderia sair do partido durante o mandato, pois o mandato dos senadores não é do partido, como acontece nas eleições proporcionais.
Já uma eventual disputa à Presidência enfrenta a resistência de governadores que buscam a reeleição e preferem ter a imagem associada a outros candidatos, mesmo sem apoio formal. É o caso de Ronaldo Caiado em Goiás, alinhado a Bolsonaro, e ACM Neto na Bahia, alinhado a Lula. Para ambos e outros pré-candidatos subir no palanque de Moro traria mais pontos negativos do que positivos.
Pela parte de Moro, o ex-juiz está ficando cada vez com menos opções. Se quiser permanecer na política -outra opção seria voltar para a iniciativa privada- deve ter que aceitar começar a disputar eleições para uma cadeira mais modesta, na Câmara dos Deputados.
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