A Ford iniciou na segunda-feira (18) a convocação oficial para que os empregados das fábricas que fechou no país retornem ao trabalho para produzir peças de reposição, segundo os sindicatos que representam os metalúrgicos das plantas.
As entidades, no entanto, são contra a volta até que a multinacional negocie indenizações e um plano de saída do país.
— A Ford está mandando comunicados, mas a adesão está zero, está tudo parado, ninguém está indo (dar expediente). A fábrica precisou alugar um galpão porque na região de Simões Filho (BA) porque não tinha gente para descarregar mercadorias de 90 caminhoneiros aqui em Camaçari — afirma Julio Bonfim, presidente do Sindicato dos Metalúgricos de Camaçari.
Segundo ele, a multinacional não negociou ainda como será o processo de demissão dos seus empregados nem sentou formalmente com os sindicatos para discutir as rescisões e indenizações.
— Ninguém voltou porque o que a Ford fez foi um tapa na cara, não negociou nada com a gente e pede para a gente retornar ao trabalho? Não dá — afirma Bonfim.
A Ford anunciou na semana passada uma reestruturação que envolve a demissão de cerca de 5.000 funcionários diretos no Brasil e na Argentina.
A maioria dos dispensados está aqui, onde a multinacional vai encerrar a fabricação de veículos. O fornecimento de veículosFord para o Brasil será abastecido por meio de importação, especialmente da Argentina e Uruguai.
A empresa mantinha no país uma fábrica de motores e de transmissão em Taubaté (SP) e uma planta montadora em Camaçari (BA), que já interromperam a produção, além de uma planta da marca Troller em Horizonte (CE), que fecharia no fim do ano.
Informações da Exame.
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