Ensino Infantil de Ilhéus vive crise e pede ajuda à Câmara de Vereadores para dialogar saídas


A difícil sobrevivência em tempos de pandemia do Ensino Infantil nas escolas particulares em Ilhéus foi pauta de um encontro hoje (18) à tarde, na Câmara Municipal, entre dirigentes escolares e o presidente Jerbson Moraes. O grupo – que representa mais de 30 instituições educacionais privadas do município – assegura que 70 por cento destas escolas – especialmente as de médio e pequeno portes – poderão fechar as portas por falta de aluno matriculado. Por conta da pandemia, as matrículas deste ano, segundo os dirigentes, caíram a quase zero se comparadas aos anos anteriores. “Não vamos resistir”, assegura o grupo.

Os dirigentes destacam ainda que os prejuízos não são unicamente financeiros. “São dos próprios alunos, de zero a cinco anos de idade, que estão em casa sem acompanhamento pedagógico, já que a formação remota não é possível para esta faixa etária e nem é recomendado pelo Conselho Municipal de Educação”, explica Eliana Lang, diretora do Colégio Ideal. Os dirigentes das escolas particulares se dizem preparados para atender a todas as exigências da Organização Mundial da Saúde (OMS), para funcionar, com segurança, neste primeiro semestre, de forma híbrida (parte da turma em casa em aulas remotas e outra presencial, em sala de aula, em número reduzido).

Câmara, a primeira instituição a ouví-los

“O que queremos e precisamos é ser ouvidos”, destaca a Orientadora Educacional, Jamile Barreto. Os dirigentes colocam à disposição das autoridades duas possibilidades de retorno. Em condições normais, uma sala de aula tem em média 15 alunos. A primeira proposta é reabrir com uma média de apenas sete crianças por sala. A segunda possibilidade é oferecer às famílias grupos fixos em casa com aulas remotas para quem quiser, outros em sala de aula, se for esta a opção. Os dirigentes fizeram questão de destacar que a Câmara de Vereadores de Ilhéus foi a primeira instituição a aceitar o debate e o presidente Jerbson Moraes a ouvir o grupo.

Para Jerbson Moraes, a educação infantil precisa ser tratada de forma diferenciada, por sua importância na formação da criança. Ele defende a flexibilização, desde que haja total segurança, em razão do prejuízos que a falta de contato destas crianças com a escola pode proporcionar, com resultados que podem ser irreversíveis na formação do estudante. Ele assegurou ao grupo que a Câmara vai provocar este diálogo com as demais autoridades municipais, com o objetivo de encerrar o impasse.

Pais e mães

Mãe de aluno, a advogada Janine Ramos disse que não consegue trabalhar se não houver a possibilidade de ter os filhos na escola. Também assegurou que não se sente preparada, com formação pedagógica para ensiná-los em domicílio. “De fato, não existe outra possibilidade de suprir a formação. É diferente de quando fecha teoricamente os cursos mais avançados, onde você tem, pelo menos, uma forma de seguir rotina”, destaca o presidente da Câmara.

Nesta terça, os dirigentes das escolas particulares de Ilhéus vão se reunir com a secretária municipal de Educação, Eliane Oliveira. “O que pretendemos mostrar é que as crianças já estão nas praças, nas praias e no parque. Então o que a gente vê é que a escola é um lugar seguro. O volante do bate-bate está higienizado e a carteira da escola não?”, questionam os dirigentes escolares.