*Por Jamesson Araújo

A corrida eleitoral já começou na Bahia, com movimentos políticos que até recentemente pareciam improváveis. O cenário atual sugere um embate acirrado entre a máquina petista e uma oposição em processo de reconfiguração.
O governador Jerônimo Rodrigues (PT), embora com índices de rejeição elevados, fortalece sua base ao cooptar antigos críticos – especialmente prefeitos do sul e extremo sul do estado que se sentiam negligenciados pela liderança oposicionista de ACM Neto.
Na contramão do interior, Neto sempre teve votação expressiva na capital. Mas mesmo em Salvador, sua base começa a apresentar fissuras.
O ex-prefeito de Salvador enfrenta seu pior momento político. Seu histórico de decisões questionáveis pesa:
-
2018: Recuou da disputa e lançou Zé Ronaldo como “candidato-sacrifício” contra Rui Costa
-
2022: Liderou pesquisas, mas implodiu com erros graves (vice inadequado e gestão da campanha)
-
2024/25: Vê seu grupo político definhar com a Operação Overclean e a debandada de aliados
Enquanto Neto tenta se reposicionar atacando a segurança pública – ponto frágil do governo – outros nomes ganham espaço. João Roma (PL) emerge como alternativa oposicionista, podendo se beneficiar do eventual apoio nacional do candidato presidencial Tarcísio Freitas (PL).
A eleição presidencial será crucial. Enquanto o PT baiano se fortalece com nomes como Rui Costa e Wagner para o Senado, a oposição precisa se reinventar. Neto pode até tentar uma reviravolta, mas o atual cenário aponta para um novo capítulo na política baiana – possivelmente sem o carlismo como força principal de oposição.
O jogo está aberto, mas a disputa começa com vantagem petista. A oposição precisará de mais que críticas ao governo – precisará de união e proposta clara para superar uma máquina política consolidada há 20 anos no estado.
*Jamesson Araújo é jornalista, editor-chefe do blog Agravo e integrante do podcast Super Blogs.
Deixe seu comentário