Frota da São Miguel colapsa em Ilhéus: Três ônibus quebram no mesmo dia e deixam passageiros à míngua


Por Jamesson Araújo | Blog Agravo

Situação foi flagrada pelo jornalista Jamesson Araújo.

O descaso da concessionária São Miguel com o transporte público de Ilhéus atingiu um novo patamar nesta segunda-feira (data). Em menos de oito horas, dois ônibus da linha Castelo Novo quebraram, deixando passageiros abandonados à própria sorte. O episódio escancara a crise na frota, que vive um estado de sucateamento crônico, enquanto a Prefeitura ainda debate a renovação do contrato da empresa.

O colapso em tempo real

Por volta do meio-dia, o primeiro ônibus que fazia o trajeto para Castelo Novo – área urbana parou de funcionar. A São Miguel enviou um veículo substituto, mas, no fim da tarde, ele também pifou. Às 18h30, um terceiro ônibus da mesma linha enguiçou no bairro Savóia, deixando dezenas de passageiros revoltados. Até as 20h40, nenhum transporte substituto havia chegado.

“Isso aqui é um absurdo!”

Passageiros esperando um substituto do ônibus para seguir viagem para Castelo Novo. Foto Jamesson Araújo.

O Blog Agravo ouviu passageiros que estavam no local. Todo dia é a mesma coisa. A gente não sabe se vai chegar no trabalho ou voltar pra casa”, reclamou *Maria, trabalhadora doméstica que dependia do ônibus para retornar ao distrito. Outros relataram que já perderam compromissos, atrasaram-se para o trabalho e até deixaram de receber por dias perdidos por causa das constantes falhas no transporte.

Frota em ruínas, risco iminente

Nos últimos meses, a situação da São Miguel tem se deteriorado rapidamente: ônibus pegando fogo, veículos quebrando diariamente e usuários cada vez mais revoltados. A falta de manutenção preventiva e a ausência de investimentos em renovação da frota transformaram o transporte público em uma roleta-russa para quem depende dele.

Renovação do contrato: um risco que Ilhéus não pode correr

Enquanto a Prefeitura avalia a possibilidade de renovar o contrato com a São Miguel, a população sofre as consequências de um serviço que já falhou incontáveis vezes. Especialistas em mobilidade urbana alertam: manter uma concessionária que não cumpre requisitos básicos de operação é assumir o risco de tragédias anunciadas.

A pergunta que fica é: até quando os ilheenses serão reféns de um transporte público que não funciona?

(*Nome alterado para preservar a identidade da entrevistada*)


Nota da Redação: O Blog Agravo tentou contato com a São Miguel para esclarecimentos, mas não obteve resposta até o fechamento desta edição.

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