Inaugurado em dezembro de 2021, pelo Governo do Estado, o Hospital Materno-Infantil Dr. Joaquim Sampaio, em Ilhéus, tem se consolidado como um importante campo de prática para estudantes de medicina das Universidades Estadual de Santa Cruz (UESC), Federal do Sul da Bahia (UFSB) e da Faculdade Santo Agostinho (FASA). No momento, o hospital abriga, em regime de internato, 50 graduandos do quinto e sexto anos destas unidades superiores de educação, com o objetivo de que estes alunos tenham uma vivência prática em Obstetrícia e Pediatria, realizando o atendimento aos pacientes com a supervisão de um médico. Trata-se de uma atividade que funciona como o estágio obrigatório, regulamentada pelo Ministério da Educação (MEC). Pelo menos 35% do curso de Medicina deve ser dedicado ao internato.
O diretor-médico do HMIJS, Samuel Branco, explica que a Fundação Estatal Saúde da Família (FESF SUS), entidade gestora do hospital, é signatária do Contrato de Organização da Ação Pública da Saúde (COAP), um acordo de colaboração firmado entre os entes federativos e as escolas de medicina, no âmbito de uma região de saúde, com o objetivo de organizar e integrar as ações e os serviços de saúde na região, garantindo a integralidade da assistência à população. “Com o perfil de hospital-escola, passamos a contribuir com formação médica qualificada para o nosso território”, assegura a diretora-geral do HMIJS, enfermeira Domilene Borges.
Vivência
Durante o internato o estudante vivencia as principais áreas médicas, sendo uma experiência considerada essencial. O futuro médico passa a absorver, por meio de casos reais, todo o conhecimento teórico adquirido nos primeiros anos da faculdade. “Te confesso. Chego saltitante para o estágio”, revela a estudante da FASA, Luiza Batista de Oliveira, 22 anos, do quinto ano de medicina. Ela é natural de Ilhéus. “Fico admirada com o que vejo. Meu pai é médico também. Conheci o antigo (Hospital) Regional (Luiz Viana Filho) e percebo que o SUS, de fato, funciona aqui neste novo hospital”, elogia. Para Luiza, quando em uma instituição o serviço proposto não funciona as coisas não acontecem, não fluem com naturalidade. “Aqui se aprende e reforça o que aprendemos na teoria. Vir pra cá foi uma preferência, já tinha ouvido falar bem”, completa.
A ilheense Luiza é uma rara exceção. Hoje a maior parte dos estudantes de medicina da região é oriunda de outras regiões do País, em função do processo de nacionalização das universidades. Por isso, de acordo como médico Samuel Branco, ao colocar o serviço como porta de práticas para o internato e para as residências médicas, a instituição proporciona o vínculo destes profissionais, tornando possível a manutenção destes na região.
O diretor-médico também destaca que o perfil de hospital-escola é preparatório para o HMIJS dar, em breve, um passo além, que é o de implantação da suas residências médicas, quando o profissional está formado e tem o registro no Conselho Regional de Medicina (CRM) de seu estado. A residência funciona como uma especialização, realizada em hospital. O médico presta uma prova para entrar no programa, que dura de 2 a 5 anos, dependendo da área escolhida. “Estamos otimistas para isso já que o diálogo está aberto para o surgimento de uma nova residência médica no sul da Bahia e o hospital está se posicionando de forma importante como campo de prática nessa área”, assegura. O diretor médico aproveitou ainda para convidar os residentes em Pediatria, Anestesiologia, Ortopedia Pediátrica, Cirurgia Pediátrica, Ginecologia e Obstetrícia, Radiologia entre outras áreas médicas, e que queiram realizar disciplinas optativas da residência em nosso serviço, que entrem em contato com o hospital.
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